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União Europeia com poder para travar compras de gás à Rússia até 2025 (sem investir em novos terminais de gás e sem carvão)

Mais renováveis e usar a capacidade das infraestruturas existentes de gás vão permitir superar a dependência energética russa, segundo um estudo.
  • Reuters
30 Março 2022, 07h55

A União Europeia têm o poder de travar as compras de gás natural à Rússia até 2025, sem usar carvão e sem ter de investir mais em infraestrturas. A conclusão é de uma análise efetuada pelo E3G, um centro de estudos dedicado às alterações climáticas e sediado em Londres e Bruxelas.

“A invasão da Ucrânia destacou a os riscos geopolíticos para a União Europeia das importações de combustíveis fosseis de regimes autocráticos”, começa por destacar o estudo.

A Rússia é responsável por fornecer 40% do gás natural consumido na União Europeia. Mas como substituir esta dependência?

“A energia limpa pode substituir dois terços das importações de gás russo até 2025”, com 66% das compras a serem reduzidas com a aplicação do plano da União Europeia ‘Fit for 55’, cujo objetivo é reduzir as emissões poluentes em 55% até 2030, e “acelerando a eletricidade renovável, eficiência energética e eletrificação”.

“Isto é o equivalente à redução de 101 mil milhões de metros cúbicos”, que defende agora uma “melhoria urgente na política para atingir o nível necessário de implementação”.

Uma das conclusões do estudo destaca que “não são necessárias mais infraestruturas para importar mais gás. A segurança de abastecimento e a redução da dependência do gás russo não requer a construção de novas infraestruturas, como terminais de gás natural liquefeito (GNL). Um total de 51 mil milhões de de metros cúbicos de fontes alternativas de gás” pode ser importada usando as infraestruturas existentes.

A análise destaca que não existe necessidade de estender o uso do carvão na União Europeia. “As medidas elencadas permitiriam à UE alcançar a necessária redução na procura de gás natural sem atrasar o fim da produção de eletricidade a partir do carvão”.

Desta forma, o estudo defende que os países da UE devem apoiar o investimento em renováveis e na eletrificação através de programas de investimento e de contratos de longo prazo.

Por sua vez, Bruxelas deve clarificar os recursos financeiros disponíveis para a energia limpa sob o programa REPowerEU, assegurando que o financiamento disponível para a energia limpa cumpra o seu objetivo.

A análise foi feito em conjunto com três centros de estudos dedicados às alterações climáticas: a fundação Bellona, sediada em Oslo, a Ember, sediada em Londres, e o Regulatory Assistance Project (RAP), com escritórios em Bruxelas e Berlim.

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