[weglot_switcher]

Europol tem identificados 9.000 suspeitos de terrorismo

Dietrich Neumann, membro-responsável da Europol, lembra que o terrorismo é nos dias de hoje “um fenómeno que abrange toda a União Europeia e, mais do que isso, deve ser considerado uma ameaça global”.
  • Eric Vidal/REUTERS
3 Abril 2017, 11h13

O número de suspeitos terroristas e de indivíduos que foram combater para a Síria e o Iraque subiu de 18 para nove mil, após os ataques de novembro de 2015 em Paris. Em entrevista ao ‘Diário de Notícias’, Dietrich Neumann, chefe do Departamento de Assuntos Legais e Políticos da Europol, indica que é necessário haver uma maior cooperação entre as polícias nacionais, para que a ameaça terrorista na Europa possa ser combatida de uma forma multilateral.

“Uma sondagem de 2016 mostrou que é na área da segurança que os cidadãos europeus desejam uma maior cooperação entre os Estados, e isto é um dado a ter em conta pela Europol”, afirma ao jornal, Dietrich Neumann. “A resposta das entidades responsáveis deve ser no sentido de reforçar os mecanismos de resistência, respeitar e fazer respeitar as leis e, por outro lado, contribuir para que as pessoas, de todas as etnias e religiões, se identifiquem com a sociedade em que vivem e entendam que vale a pena defendê-la”.

O responsável da Europol lembra que o terrorismo é nos dias de hoje “um fenómeno que abrange toda a União Europeia e, mais do que isso, deve ser considerado uma ameaça global”.

Dietrich Neumann sublinha que após os ataques de novembro de 2015 em Paris, que vitimaram 180 pessoas morreram, incluindo os 7 terroristas que perpetraram os ataques, a Europol passou a receber “toda uma série de informações das diferentes polícias nacionais que nos possibilitou aumentar a nossa lista de suspeitos terroristas”. “Até aos ataques de Paris havia 18 nomes nessa lista, hoje são cerca de nove mil”, assegura.

O chefe do Departamento de Assuntos Legais e Políticos da Europol dá ainda conta ao ‘DN’ de que “estamos perante “um desafio muito sério para as forças de segurança”, tendo em conta que é mais fácil “investigar uma estrutura organizada, compreender a sua linha de atuação e conseguir neutralizá-la”, mas no que respeita a ataques como Londres ou Nice, perpetrados por “lobos solitários”, “é muito, muito mais difícil fazê-lo”.

Dietrich Neumann afirma ainda que é crucial fazer uma distinção entre islamitas e islão, uma vez que as comunidades muçulmanas na Europa “são parte da solução no combate ao terrorismo” e não o problema. E explica: “O recurso ao terrorismo em nome do islão é uma falsificação desta religião, transformando-a numa ideologia”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.