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Ex-assessor de Trump que criou lei contra muçulmanos agora é pago para os ajudar

Norte-americano de ascendência libanesa foi uma das pessoas que participou na criação da polémica lei anti-imigração do presidente. Depois disso, participa agora em julgamentos para ajudar iraquianos a ficarem no país, mas os serviços são pagos.
29 Agosto 2017, 15h42

O norte-americano de ascendência libanesa Walid Phares foi assessor de Donald Trump durante a campanha presidencial e esteve no grupo responsável pela criação da polémica ordem executiva sobre imigração. A lei, que foi entretanto considerada ilegal, vedava a entrada nos EUA de pessoas com origem em seis países de maioria muçulmana.

Apesar de a justiça norte-americana ter travado a ordem executiva, uma versão menos rigorosa da lei continua em vigor. Mesmo depois de ter deixado de ser assessor de Trump, Phares continua envolvido no assunto, mas parece ter mudado de lado. Agora, o libanês tem participado em vários julgamentos por deportação a defender que os iraquianos em questão fiquem no país.

Segundo escrever a revista Politico, Walid Phares presta serviços de consultoria e peritagem, que têm custam, no mínimo 15 mil dólares, equivalente a cerca de 12.500 euros. “Isto é um monstro que ele ajudou a criar e agora está a pedir às pessoas milhares de dólares para as ajudar”, acusou o grupo que ajuda cristãos no médio oriente, A Demand for Action.

No entanto, Phares não considera que haja qualquer incoerência, defendendo que algumas pessoas lhe pediram ajuda na categoria de “perito” nas condições nacionais no Iraque, mas “não em relação à deportação, nem à proibição de entrada”.

“São dois assuntos distintos”, disse ao Politico. “Hipocrisia é quando críticos políticos atacam a minha qualificação profissional invocando ligações não existentes à minha opinião política que, a propósito, descrevem falsamente”.

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