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Ex-deputada do PSD não quer partido a governar Açores “a qualquer custo”

Rubina Berardo desafia Rui Rio a esclarecer o que “aceitou exatamente” nas conversações com o partido liderado por André Ventura. Dois deputados do Chega na assembleia legislativa regional dos Açores são essenciais para viabilizar um governo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.
7 Novembro 2020, 13h13

A ex-deputada social-democrata Rubina Berardo, que representou a Madeira na Assembleia da República na anterior legislatura, reagiu neste sábado ao entendimento com o Chega que deverá permitir que José Manuel Bolieiro seja o próximo presidente do governo regional dos Açores, escrevendo no Twitter que não ver o seu partido a reconquistar o poder na região autónoma “a qualquer custo”.

“Claro que anseio por ver um governo laranja no arquipélago vizinho. Mas não a qualquer custo”, escreveu a social-democrata madeirense, desafiando o presidente do PSD a esclarecer o que “aceitou exatamente” nas conversações com o Chega, ao qual Rubina Berardo chama “esse outro partido”.

Horas antes, também no Twitter, Rui Rio reagira às acusações feitas por dirigentes socialistas de que o PSD trocou a presidência do governo regional dos Açores pela aceitação do projeto de revisão constitucional do partido liderado por André Ventura, o qual inclui medidas como a castração química de pedófilo. Escreveu que o PS “joga baixo e tenta baralhar os portugueses”, mentindo “quando inventa cedências do PSD a ideias do Chega em matéria de revisão constitucional”.

O PSD, que elegeu 21 deputados nas eleições regionais de 25 de outubro, formou uma coligação com o CDS-PP e com o PPM – os quais contam com três e dois mandatos, respetivamente – para voltar a governar a região autónoma, o que não sucede desde que o PS, liderado por Carlos César, venceu as regionais açorianas de 1996. Mas como os três partidos somam apenas 26 deputados na assembleia legislativa regional, necessitam do Chega e da Iniciativa Liberal para viabilizar essa solução governativa.

Os dois deputados do Chega e o deputado da Iniciativa Liberal, dois partidos que elegeram pela primeira vez nos Açores, permitem superar claramente o PS do atual presidente do governo regional Carlos César, que desceu de 30 para 25 deputados, enquanto o Bloco de Esquerda manteve dois deputados e a CDU ficou sem representação parlamentar. Quem também entrou pela primeira vez na assembleia legislativa regional, com um deputado, foi o PAN – Pessoas, Animais, Natureza, que se declarou indisponível para dar apoio a José Manuel Bolieiro se o social-democrata contar com o “populismo não democrático que ameaça o país”.

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