Sete cidadãos europeístas propuseram à Comissão Europeia institucionalizar 26 de julho – o dia em que, em 2012, o então governador do Banco Central Europeu, Mario Draghi, salvou o euro com a frase “o BCE está pronto para fazer o que for necessário para preservar o euro” – como o dia ‘Whatever it takes’, custe o que custar.
Celebrar o Dia Europeu ‘Whatever it Takes’ pretende “encorajar as instituições europeias a enfrentarem com firmeza os tempos turbulentos que se avizinham” e surge “como uma homenagem não apenas à figura de Draghi”, mas também como “uma forma de mobilizar vozes em favor da União Europeia”, disse ao JE o ex-deputado socialista Rui Duarte, mentor do projeto.
O grupo de sete cidadãos europeus apresentou esta semana à Comissão Europeia uma Iniciativa de Cidadania Europeia para a institucionalização do dia 26 de julho para recordar que, em 2012, as elevadas taxas de juro dos mercados da dívida ameaçavam vários países europeus – entre eles Portugal e a Itália, país que acaba de ver o seu governo, liderado por Draghi, ficar em situação de gestão corrente.
A perturbação impactava fortemente a própria União Económica e Monetária e Draghi decidiu que o banco central iria ajudar de todas as formas as economias mais vulneráveis – por muito que isso contrariasse as opiniões dos que viriam a chamar-se os ‘países frugais’ e mesmo os mais conservadores dos ministros do governo Merkel, entre eles o das Finanças, Wolfgang Schäuble.
O momento ‘Whatever it takes, ou Momento WiT, foi o ponto de viragem para as economias europeias em maiores dificuldades e, a partir dessa altura, para a recuperação macroeconómica da União Europeia.
Dez anos depois, Rui Duarte considere que está na altura de alguém produzir uma espécie de agradecimento – que sirva também “para mobilizar para a construção europeia numa altura em que tantas disrupções” batalham com afinco no sentido contrário. E a inflação é só uma delas.
“A frase do atual primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, o Momento WiT, representou em 2012 uma mudança histórica no rumo da crise das dívidas soberanas, momento esse que salvou o Euro e mudou o BCE para melhor”, afirma Rui Duarte, que é o primeiro subscritor da Iniciativa de Cidadania Europeia entregue em Bruxelas.
“O Manifesto WiT é um apelo público para a institucionalização do ‘Dia Europeu Whatever it Takes’, o ‘Dia WiT’, a 26 de julho, com o objetivo de marcar na história da Europa este momento de resiliência funcional e capacidade de resposta coletiva das instituições europeias”, refere.
Os subscritores da iniciativa de cidadania apresentada à Comissão Europeia são cidadãos unidos pelo europeísmo de sete nacionalidades: Áustria, Roménia, Espanha, Chéquia, Itália, Bélgica e Portugal.
Ex-deputado entre 2011 e 2015, Rui Duarte vive atualmente na Suíça e é gestor de comunicação corporativa numa multinacional. Mestre em Economia Política da Europa na London School of Economics, foi precisamente quando concluiu o mestrado que se apercebeu “do que a União ficou a dever a Mario Draghi”
“A nossa proposta de celebrar um Dia Europeu ‘Whatever it Takes’ é um ato simbólico de europeísmo e uma alavanca para encorajar as instituições públicas europeias a enfrentarem com firmeza os tempos turbulentos que se avizinham, caraterizados pela guerra, pela inflação, pela crise climática e elevada incerteza económica”.
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