A ex-diretora do BES Isabel Almeida não falará hoje, na comissão de inquérito ao BES, sobre a Eurofin e a colocação de obrigações, por ser arguida em processos do Banco de Portugal e do Ministério Público, disse fonte parlamentar.
No início da audição desta manhã, o presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), Fernando Negrão (PSD), informou que a ex-diretora da área de mercados do banco Isabel Almeida pretende “falar o mais possível”, mas com “algumas limitações”.
Por ser arguida num processo de contraordenação instaurado pelo Banco de Portugal e num processo-crime pelo Ministério Público, Isabel Almeida não falará sobre a Eurofin, nem sobre a colocação de obrigações, disse Fernando Negrão.
“O segredo de justiça existe, existindo é para ser cumprido”, afirmou o deputado social-democrata.
A Eurofin, liderada por Alexandre Cadosch e com sede na Suíça, é um intermediário financeiro que conduziu operações que causaram prejuízos ao BES, com papel destacado na crise do grupo.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.
OJE/Lusa