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Portos continentais atingiram recorde de 96 milhões de toneladas em 2017

O porto de Lisboa foi o principal impulsionador deste crescimento, com um crescimento de 19,2% nas mercadorias movimentadas, mais dois milhões de toneladas. Foi o melhor registo do porto da capital nos últimos seis anos.
7 Fevereiro 2018, 08h43

O sistema portuário do Continente fechou o ano de 2017 com o volume de carga mais elevado de sempre, atingindo 95,9 milhões de toneladas, o que representou uma subida de 2,2% face ao anterior máximo.

Segundo dados recolhidos pelo Jornal Económico junto da AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, em termos absolutos, este crescimento da movimentação de mercadorias correspondeu a mais dois milhões de toneladas  em relação a 2016,

“Para este desempenho global, o maior impulso é proporcionado pelo porto de Lisboa que, face a 2016, observa um crescimento de 19,2%, elevando para cerca de 12,2 milhões de toneladas o seu volume de carga movimentada, superior em quase mais dois milhões de toneladas, o que constitui o valor mais elevado dos últimos seis anos e representa um aumento de 1,8 pontos percentuais na sua quota, a qual sobe para 12,7%”, destaca um comunicado da AMT.

Nos portos de Leixões e de Aveiro registaram-se recordes face aos anteriores máximos, verificados em 2015, em 3,8% e 10,7%, respetivamente.

No caso do porto de Aveiro, destaque para o facto de ter registado um crescimento de 13,5% nas cargas movimentadas face ao ano de 2016, que corresponde a um acréscimo de carga superior a 0,6 milhões de toneladas, elevando, em 0,5 pontos percentuais a sua quota, que aumentou para 5,4%.

“Realça-se igualmente o impacto positivo induzido pelo comportamento do porto de Leixões, que cresce 6,5% face ao ano anterior e traduz um movimento de cerca de 1,2 milhões de toneladas, adicionando 0,8 pontos percentuais à sua quota, que passa para 20,3%”, adianta o referido comunicado.

O mesmo documento esclarece que “o comportamento do sistema portuário do Continente é naturalmente influenciado, de forma determinante, pelo comportamento do porto de Sines, que entrou em 2017 com um ‘travão’ ao seu crescimento de cerca de 3,4 milhões de toneladas, correspondente ao volume de petróleo bruto que movimentou para garantir o abastecimento à refinaria de Matosinhos, dado que a Galp não o pôde fazer através do porto de Leixões, por inoperacionalidade do terminal oceânico, durante cerca de seis meses, impedindo a escala dos navios de dimensão superior a 100 mil DWT”.

“Para registar um crescimento positivo efetivo, Sines deveria ter compensado aquele volume de carga com a movimentação da sua carga natural, o que não sucedeu, tendo ficado 1,3 milhões de toneladas aquém, ou seja, registou uma quebra de 2,5% face a 2016. Importa sublinhar que este comportamento de Sines, que detém atualmente uma quota de movimentação de mercadorias de mais de metade de todo o sistema portuário comercial do continente (52%), não reflete qualquer inflexão da sua trajetória de crescimento, pois o volume de carga movimentada em 2017 é superior em 4,4% ao valor de 2016 ‘corrigido’ do movimento extraordinário referido”, alerta a AMT.

A organização presidida por João Carvalho avança que, dos restantes portos, há a salientar a “ligeira recuperação de Viana do Castelo com 5,1% do que em 2016, e o comportamento negativo da Figueira da Foz, com um ligeiro recuo de 0,2%”.

Quanto ao porto de Setúbal, protagonizou uma quebra de cerca de 5,6%.

No segmento de contentores do mercado portuário registou-se um movimento de cerca de três milhões de TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento) durante o ano de 2017, ultrapassando em 8,4% os  dados de 2016.

Este montante correspondeu a mais 230,8 mil TEU, estabelecendo um novo valor máximo histórico.

Segundo a AMT, “este desempenho deve-se fundamentalmente aos portos de Sines e de Lisboa, que cresceram respetivamente 10,3% e 26,6%, correspondentes a acréscimos de 150 e 100 mil TEU”.

“Com o volume agora registado, Sines regista a melhor marca de sempre, quase 1,7 milhões de TEU, e Lisboa aproxima-se da fasquia do meio milhão de TEU, valor este que supera os valores anuais registados entre 2003 e 2011. Estes foram os únicos portos que registaram um crescimento deste tráfego, uma vez que Leixões registou um recuo de 3,8%, Setúbal de 2,6% e Figueira da Foz de 0,7%”, sintetiza o órgão regulador do setor dos transportes.

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