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Exército da Nigéria deteve 17 suspeitos do massacre de mais de 200 pessoas

O exército nigeriano anunciou hoje a detenção de 17 suspeitos pelo massacre de mais de 200 pessoas no fim de semana, no Estado do Plateau, no centro do país, para o qual foi destacado um reforço policial e militar.
28 Junho 2018, 21h58

O porta-voz do exército, Adam Umar, assegurou que três das 17 pessoas detidas estão ligadas às mortes perpetradas em localidades da região de Barikin Ladi e supôs que as outras 14 estejam conectadas aos ataques contra a etnia ‘Peuls’, a sul de Jos, a capital do Estado do Plateau.

“Como todos sabemos, aldeias de Barikin Ladi foram atacadas há poucos dias e prendemos três suspeitos, (…) na posse de quatro armas, três caseiras e uma AK47”, disse Umar.

Adam Umar esclareceu que “as outras 14 pessoas foram detidas ao longo da estrada entre Abuja e Jos”.

De acordo com testemunhas contactadas pela Agência France Presse, grupos de jovens da etnia ‘Berom’ montaram barricadas ao longo da estrada, na sequência dos homicídios nas suas aldeias, atacando qualquer um que “parecesse ‘Peuls’ ou muçulmano”.

O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, que anunciou já a sua recandidatura, foi fortemente criticado pela sua inação no conflito entre os agricultores cristãos e os ‘Peuls’, que se propaga pelo centro do país.

A insegurança desenfreada na região central da Nigéria poderá tornar-se um dos pontos de tensão mais importantes da campanha eleitoral presidencial, em fevereiro de 2019.

O conflito, que concentra todas as tensões no país, deverá tornar-se uma preocupação tão importante como a insurreição ‘jihadista’ de Boko Haram, no nordeste.

As circunstâncias dos massacres no fim de semana estão por apurar, assim como a identidade dos assaltantes.

Mas, no país mais populoso de África, com 180 milhões de habitantes e um crescimento demográfico acentuado, o acesso à terra e à água é o primeiro fator de conflito.

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