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Exportações nacionais de vestuário começam 2021 em queda, com perdas de 45,7 milhões

Associação Nacional das Indústria de Vestuário e Confeção alerta que “as reduções são praticamente transversais aos 12 principais mercados, que em conjunto representam 94% de todas as exportações portuguesas de vestuário”, com exceção da Dinamarca e dos Países Baixos.
15 Março 2021, 17h55

As exportações nacionais do sector de vestuário começaram o ano de 2021 em queda face ao período homólogo do ano passado. Os números do INE – Instituto Nacional de Estatística para  janeiro  revelam uma redução de 16,3% nas vendas de vestuário ao exterior em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo a ANIVEC – Associação das Indústria de Vestuário e de Confeção, “a queda assume uma maior gravidade no vestuário em tecido, com menos 36% em exportações em janeiro”.

“Só no primeiro mês, a indústria de vestuário portuguesa perdeu 45,7 milhões de euros em exportações, que se ficaram por 235,4 milhões de euros em comparação com 281,1 milhões de euros em janeiro de 2020”, destaca um comunicado da ANIVEC.

De acordo com o documento, “esta quebra assume proporções diferentes no vestuário em tecido, cujas exportações baixaram 36%, equivalente a menos 32 milhões de euros, enquanto no vestuário em malha a redução foi de 7,1%, para 178,3 milhões de euros (menos 13,6 milhões de euros)”.

“Espanha, o principal mercado da indústria portuguesa de vestuário, é o país com maior queda relativa (menos 28,4%) e absoluta (menos 26,3 milhões de euros) nas exportações, tendo comprado, em janeiro de 2021, menos de metade (menos 56,8%) do vestuário em tecido que comprou no mesmo mês do ano passado”, adianta o comunicado em questão.

No entanto, a ANIVEC alerta que “as reduções são praticamente transversais aos 12 principais mercados, que em conjunto representam 94% de todas as exportações portuguesas de vestuário, com exceção da Dinamarca (mais 23%) e dos Países Baixos (mais 3,4%)”.

“O início do ano está a revelar-se muito difícil para a indústria de vestuário, em particular para os produtores de vestuário de tecido”, sublinha César Araújo, presidente da ANIVEC.

O mesmo responsável assinala que “o vestuário de tecido é sobretudo usado em contextos mais formais, como no local de trabalho, e em contextos sociais e de festa”.

“Os confinamentos um pouco por toda a Europa, o encerramento dos pontos de venda e a adoção generalizada do teletrabalho levaram os consumidores a reduzirem, ou até mesmo anularem, as compras deste tipo de vestuário e isso está a ter um impacto fortíssimo na atividade das empresas do sector, que se veem sem encomendas e sem clientes”, justifica César Araújo.

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