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Lia Ferreira expõe no Casino Lisboa

A exposição “Retrato Essencial – Quando é o Retrato um Retrato?”, da autoria da artista plástica Lia Ferreira, está a suscitar o interesse dos visitantes do Casino Lisboa. A figura humana é o grande foco desta mostra individual de pintura que reúne 81 quadros, desenhos e ilustrações da artista. 
19 Maio 2022, 15h00

A exposição “Retrato Essencial – Quando é o Retrato um Retrato?”, da autoria da artista plástica Lia Ferreira, está a suscitar o interesse dos visitantes do Casino Lisboa. A figura humana é o grande foco desta mostra individual de pintura que reúne 81 quadros, desenhos e ilustrações da artista.

“O trabalho que tenho desenvolvido como pintora passa, quase sempre, pela representação da figura humana. Esta constatação resulta de uma preferência, inclinação natural, que eu não contrario e que se vem desenvolvendo desde a infância, tendo tido uma aproximação mais orientada no tempo da Faculdade e muito livre desde então”, explica Lia Ferreira.

“Muito mais do que a paisagem ou os objetos, o que me interessa são as pessoas e a sua expressão (aquela que encerram em si, nos seus corpos, movimentos, rostos). E então aí, a partir desses corpos, a sua relação com o espaço, a luz, os objetos, os animais. Assim como na infância desenhamos a mãe, o pai, os irmãos, os amigos, e a nós próprios, eu retomei, depois de um interregno de anos, o desenho e a pintura através do retrato daqueles que me são queridos. Não reclamo razões mais eruditas ou esforçadas do que o afeto. Daqui aos afetos dos outros foi um passo rápido e passei a fazer, com regularidade, retratos encomendados”, revela a artista plástica.

E prossegue: “Normalmente, quando as pessoas me pedem para retratar alguém de quem gostam, ou a si próprias, procuram um reconhecimento imediato do retratado e estimam que as suas melhores características físicas sejam reforçadas, num resultado aprazível e simpático. Esta preocupação pode por vezes pesar na fruição do momento criativo e, contrariando a monotonia, levam-me sistematicamente à criação antitética. Desses movimentos de resistência, trago-vos pequenas séries escapatórias “Female Gaze”, “Me, Ugly” e “Ugly Drawings”, que encerram geralmente um propósito de contrariar o perfeito, o belo, o precioso, e, naquilo que constitui a novidade no meu percurso (e apenas aí), o mais recente caminho que tenho feito na busca do retrato essencial, o retrato mínimo (mas não minimalista) ou o limite do retrato”.

Lia Ferreira convida os visitantes do Casino Lisboa a fazer um caminho que está longe de estar concluído: Quando é o retrato um retrato? Quando deixa de o ser? Que grau de abstração aguenta? Até onde se pode ir, de forma, a que o sujeito seja reconhecido, ou se reconheça, e quando é que o observador passa a projetar qualquer outra coisa? Em última instância, será esse o ponto ideal? Aquele em que cada um se reconhece e, quase simultaneamente, cada um possa inventar outros sujeitos? A relação entre o signo, o significante e o significado. Neste percurso, experimento diversos materiais, abordagens; faço variações sobre temas conhecidos ou anteriormente trabalhados, e pergunto-vos também: de qual é que gostam mais?

Nascida em 1974, Lia Ferreira é uma artista portuguesa que, como filha única, passava horas a desenhar. A sua infância foi feliz na Escola do Beiral, onde a arte e a liberdade criativa desempenharam um papel fundamental na sua formação e onde sob a tutela da sua professora Maria José Vieira floresceu num ambiente perfeito.

É licenciada em Design de Moda pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e tem uma pós-graduação em Gestão e Empreendedorismo Cultural e Criativo, no ISCTE-INDEG.

Ao longo de sua carreira, Lia Ferreira trabalhou em moda, teatro e publicidade, mas seu foco principal é a pintura, ilustração e desenho, tornando-a uma retratista comissionada.

Entre 2019 e 2021 os seus trabalhos estiveram expostos na Ordem dos Médicos, Região Norte, no Porto, na Ordem dos Engenheiros, Região Sul, em Lisboa e em Tavira, na Casa Álvaro de Campos.

Em 2019, a revista “LuxWOMAN” deu destaque ao seu trabalho numa grande entrevista publicada na rubrica “Mulheres em que Acreditamos”.

Lia Ferreira está presente na galeria Singulart, sediada em Paris, e com atuação online em todo o mundo, tendo vendido trabalhos para diversos países Europa e para os Estados Unidos da América.

É representada, desde 2020, pela “Espace Artistes Femmes”, em Lausanne, Suíça, fundada por Marie Bagi, doutorada em História de Arte Contemporânea e Filosofia e participa quinzenalmente no jornal “Mensagem de Lisboa” como ilustradora de crônicas assinadas por Vasco M .Barreto.

Vive em Oeiras com o seu marido e as suas quatro filhas, com idades entre os 6 e 21 anos e a sua cadela Olívia.

A exposição está patente na Galeria de Arte do Casino Lisboa até 31 de julho.

O Casino Lisboa abre, de domingo a quinta-feira, das 15 às 03 horas; e às sextas-feiras, sábados e vésperas de Feriados, das 16 horas  às 4 da manhã.

O acesso é livre, sendo que a partir das 22 horas é para maiores de 14 anos ou e maiores de 10 anos acompanhados pelos pais. As áreas de jogo são reservadas a maiores de 18 anos.

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