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Facebook confirma que partilha de dados pessoais foi feita com permissão dos utilizadores

A gigante tecnológica explica que nenhuma das empresas terceiras, como a Netflix, Airbnb e Spotify, teve acesso aos dados de utilizador sem a o seu consentimento prévio.
19 Dezembro 2018, 12h52

A gigante tecnológica Facebook confirmou esta quarta feira, 19 de dezembro, que a partilha de dados pessoais dos utilizadores com empresas como a Netflix e a Airbnb foi feita com a permissão dos mesmos. Este esclarecimento vem no seguimento da publicação do ”New York Times” (NYT), que acusava a gigante de ter dado acesso especial a terceiras empresas dados de utilizadores, inclusivamente após ter-se comprometido a limitar o acesso aos mesmos dados.

O motor de busca Bing, da Microsoft, por exemplo, terá tido permissão para ver os nomes de quase todos os amigos dos utilizadores do Facebook sem o seu conhecimento; o Spotify, a Netflix e o Royal Bank of Canada conseguiram ler, escrever e eliminar as mensagens privadas dos utilizadores; a Amazon, Microsoft e Sony conseguiam obter informações dos contactos dos utilizadores através dos seus amigos.

Já a Apple teve acesso a números de telefone e marcações de calendário, mas a empresa disse não ter conhecimento deste acesso. Também não existe prova de que os seus dispositivos estavam a recolher esses dados. No caso do Netflix, um responsável da empresa disse: “Em nenhum momento nós acedemos às mensagens privadas das pessoas no Facebook, nem pedimos permissão para tal.” Na mesma ótica, o Spotify disse que não sabia que tinha o nível de acesso que o artigo diz que a empresa tem e o Royal Bank of Canada até contestou as alegações feitas no artigo.

Respondendo à notícia do NYT, o Facebook, cujas políticas de privacidade estão sob intenso escrutínio nos últimos meses, disse que não violou os acordos de privacidade dos utilizadores, nem nenhum acordo com a Comissão Federal de Comércio que avisou a rede social que a partilha de dados de utilizadores sem consentimento explicito e prévio, é ilegal.

”Só para esclarecer as coisas: nenhuma destas parcerias ou funcionalidades deram acesso a estas empresas a informação sem o consentimento dos utilizadores, nem tão pouco violaram o nosso acordo de 2012 com a FTC (Federal Trade Commision), disse Konstantinos Papamiltiadis, diretor de Desenvolvimento de Plataformas e Programas do Facebook, numa publicação na página ”News Room”. Ainda assim, a gigante reconhece que “tem trabalho a fazer para recuperar a confiança das pessoas”.

“Nos últimos meses cancelámos quase todas as parcerias, com excepção das que temos com a Apple e com a Amazon, que continuam a ser úteis para os utilizadores e estão a funcionar ao abrigo de contratos firmados anteriormente, com a Tobii, uma aplicação que facilita o acesso a pessoas com ALS (Esclerose Lateral Amiotrófica) e as notificações para as pessoas que utilizam a loja Alibaba e os browsers Mozilla e Opera”

Por sua vez, Stephen Satterfield, diretor de Privacidade do Facebook, explicou: “Os parceiros do Facebook não podem ignorar as definições de privacidade dos utilizadores, e é errado sugerir que o façam. A protecção da privacidade da informação requer equipas fortes, melhor tecnologia e políticas claras, e é nisso que nos temos focado em 2018. As parcerias são uma área que merece a nossa atenção e, como temos vindo a afirmar, estamos a reduzir as parcerias de integração que existiam para ajudar as pessoas a utilizarem o Facebook.”

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