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Falta de aviões entre os motivos para fim das viagens ‘low cost’

Todos os modelos da Ryanair são Boeing e a fabricante americana está com atrasos na linha de produção do modelo 737. Por isso, a companhia aérea espera ter uma escassez de até uma dezena de aviões na época alta.
23 Maio 2023, 10h28

A transformação do espaço aéreo, iniciada com a pandemia, está a avançar com uma consequência direta para os passageiros: viagens mais caras. Desde então, o modelo de baixo custo parece cada vez menos viável, indica o “El Economista”.

Por exemplo, a Ryanair propôs o fim do modelo low cost. Depois de apresentar na segunda-feira os resultados do ano fiscal, o diretor financeiro da empresa, Neil Soharan, insistiu que “os dias de voos a 9,99 euros acabaram”.

Um dos principais motivos é a a falta de aviões. Todos os modelos da Ryanair são Boeing e a fabricante está com atrasos na linha de produção do modelo 737, um dos mais utilizados pela companhia aérea irlandesa. Por isso, a companhia aérea estima a escassez de até uma dezena de aviões na época alta, ou seja, entre junho e julho.

De relembrar que a empresa irlandesa tinha estado em desacordo com a fabricante norte-americana, mas recentemente fechou um acordo para a compra efetiva de 150 aeronaves (mais 150 como opção) por 36,3 mil milhões de euros. O objetivo é duplicar o tráfego até aos 300 milhões de passageiros por ano até 2034.

A lacuna nas entregas de aeronaves ocorre quando os pedidos são elevados e antes da chegada das férias de verão. As tarifas aumentaram 50% no ano passado, até aos 41 euros, e são 10% superiores aos preços praticados no pré-pandemia. No entanto, isso não impediu que o tráfego crescesse 73%.

A Ryanair também referiu que aumentaram as despesas discricionárias dos passageiros: compras dentro das rotas, escolha de assento ou serviço de embarque prioritário.

Esse cenário torna muito difícil para as empresas de baixo custo manterem os preços baixos. Pelo menos, parece inviável para os próximos anos, pois ainda faltam aviões, o combustível está a ficar mais caro (seja pela guerra na Ucrânia ou pelo certificado energético) e os custos com pessoal.

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