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Falta madeira, metal, cimento e gás natural. Crise da Venezuela atingiu a indústria funerária

Famílias obrigadas a esperar 10 dias para cremação de entes queridos. Inflação nos preços do gás natural acelerou: “O custo da cremação aumentou em 108% em apenas uma semana”.
5 Dezembro 2018, 18h58

A decadência da indústria de petróleo da Venezuela sobrecarregou os cidadãos durante meses com longas filas de espera para terem acesso à gasolina e gás de cozinha. A escassez tem sido tanta que atingiu os crematórios.

Os venezuelanos optaram pelas cremações pois custam cerca de um terço dos enterros, mas a crescente procura tem levado os crematórios a lutar para obter gás natural. Existem relatos de famílias venezuelanas, em entrevistas à agência ”Reuters”, que indicam que são forçadas a esperar até 10 dias.

“O custo da cremação aumentou em 108% em apenas uma semana”, disse Ana Hernandez, 36 anos, em declarações à agência que está a planear uma cremação da sua irmã num cemitério na cidade de Barquisimeto.

Até agora, túmulos comuns foram usados ​​principalmente em Zulia, onde os ‘apagões’ e a escassez de gás tendem a ser mais extremos. Mas os serviços em decadência em outros estados podem propagar esta prática.

A escassez de madeira e metal para caixões e cimento para sepulturas complicou os enterros tradicionais. Algumas famílias esperam que os crematórios obtenham gás propano como alternativa. Mas a espera também aumenta os custos, com inflação anual próxima de 1 milhão por cento, segundo a agência.

A escassez de remédios, alimentos e produtos básicos tem sido constante desde o colapso dos preços do petróleo em 2014 que prejudicou a economia socialista da Venezuela. Cerca de 3 milhões de pessoas emigraram desde 2015, segundo as Nações Unidas.

O presidente Nicolas Maduro culpa uma “guerra económica” liderada por adversários políticos com a ajuda de Washington.

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