Alguns países da Europa estão a acusar falta de medicamentos, nomeadamente analgésicos e antibióticos, segundo avança o jornal “Politico”. Estas falhas de medicamentos já começaram a ser sentidas em 2022.
Segundo o jornal, de 29 países europeus, cerca de um quarto afirma ter registado falta de mais de 600 medicamentos e 20% admite ter um falha entre 200 a 300 fármacos. Os medicamentos mais afetados são os antibióticos, principalmente a amoxicilina (usada para o tratamento de doenças respiratórias), xaropes para a tosse, paracetamol e fármacos para a pressão arterial.
As infeções sazonais estão a ser mais fortes e mais comuns este ano, com os especialistas a calcular que se devam ao enfraquecimento do sistema imunitário das pessoas devido aos confinamentos ligados a Covid-19. Isto faz com que a procura pelos medicamentos seja elevada e o mercado farmacêutico não tem conseguido dar resposta.
A inflação e a crise energética também ajudam as farmacêuticas a falhar a produção.
Numa tentativa de combater esta escassez, muitos governos já estabeleceram regras, nomeadamente no que toca à exportação de medicamentos. A Grécia fez uma lista de fármacos que estão proibidos de sair do país para fazer comércio paralelo, a Roménia parou com as exportações de antibióticos e analgésicos de crianças. Já a Bélgica lançou um decreto onde as autoridades devem parar a exportação de medicamentos em caso de crise.
Esta crise vem num momento em que a Europa devida estar mais preparada para lidar com situações caóticas na área da saúde, uma vez que a Agência Europeia de Medicamentos melhorou a legislação para lidar com estas situações, e deu novos poderes para monitorizar as falhas de medicamentos. A Agência criou também a Health Emergency Preparedness and Response Authority (HERA), uma entidade com autonomia para comprar medicamentos para todo o bloco europeu, de forma a aliviar a falta de fármacos no mercado.