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“Farmácias? Gostaria muito de as considerar neste processo”, admite coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação

Perante os constrangimentos assistidos durante o período da vacinação contra a gripe sazonal entre o SNS e as farmácias, o coordenador da ‘task force’ argumenta que, para já, estes locais ficaram fora do plano de vacinação contra a Covid-19. Açores e Madeira deverão receber 2,5% das vacinas para Portugal.
16 Dezembro 2020, 13h15

A primeira versão do plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal deixa, para já, as farmácias de fora alocando a responsabilidade apenas para os centros de saúde e lares no território nacional.

Questionado sobre se existe a possibilidade de integrar as farmácias na rede de vacinação, o coordenador da task force do plano de vacinação admite que “gostaria muito de as considerar” mas, para já,  o plano de vacinação começará onde os profissionais estão mais treinados e preparados para o fazer, ou seja, nos centros de saúde.

A afirmação foi proferida pelo responsável deste grupo de trabalho, Francisco Ramos, esta quarta-feira, durante a sua audição na comissão de Saúde e a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da Covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

Durante a sua intervenção, o responsável aproveitou para fazer uma ponte sobre o tema da vacinação contra a Covid-19 e a vacinação contra a gripe, que diz ter corrido mal.

O que diferiu este ano dos anteriores foi, não só o aumento da procura, mas também a colaboração entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as farmácias para que fossem administradas nesses locais 200 mil vacinas.

“A forma como foi gerido esse processo não correu bem. As farmácias foram vítimas de uma deficiente avaliação e aquilo que a minha avaliação é que a responsabilidade é da maior associação representativa do setor”, a Associação Nacional de Farmácias, “que foi um obstáculo” em todo o processo, diz, acusando a mesma de ter criado “falsas expectativas à população”e “uma falsa noção na opinião pública”, quando sabia dos constrangimentos existentes.

“Tenho neste momento um problema, gostava muito de contar com as farmácias, mas não tenho interlocutores para que isso aconteça”, terminou.

Açores e Madeira deverão receber 2,5% das vacinas

As primeiras doses da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Pfizer-BioNTech, deverão chegar ao continente e às regiões autónomas ainda este ano, sendo que o processo de vacinação só terá início a partir de janeiro de 2021.

Questionado sobre a quantidade de vacinas os Açores e a Madeira deverão receber, Francisco Ramos explicou perante a comissão que está prevista a chegada de 2,5% das vacinas para Portugal aos arquipélagos.

“Cerca de 2,5% das vacinas serão canalizadas para os Açores e Madeira”, assegurou, acrescentando que esta responsabilidade é da empresa.

No mesmo momento, o antigo Secretário de Estado esclareceu ainda que já foram identificados e transmitidos à Pfizer” os pontos de entrega e que toda a “logística de transporte será assegurada pela empresa”.

A Comissão Técnica de Vacinação deverá apresentar o versão final do plano de vacinação esta sexta-feira, 18 de dezembro.

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