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FC Porto SAD confirma buscas do Ministério Público

Clube revela que colaborou com a equipa de investigadores cujo trabalho visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação.
  • Pinto Da Costa
22 Novembro 2021, 17h20

A SAD do FC Porto confirmou em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que foi alvo de buscas por parte do Ministério Público esta segunda-feira, 22 de novembro.

No documento o clube indica que as buscas foram realizadas nas suas instalações, tendo por base as suspeitas das entidades judiciais dos crimes de abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais que “tiveram a sua génese em movimentos financeiros relativos a transferências de jogadores de futebol”, pode ler-se no documento.

O clube ‘azul e branco’ revela que colaborou com a equipa de investigadores cujo trabalho visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação.

Recorde-se que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha confirmado as buscas sem identificar SAD portista e empresários e revela fatos com “forte dimensão internacional” e pagamento de comissões de “mais de 20 milhões”.

Justiça investiga comissões de mais de 20 milhões de euros em negócios ligados ao FC do Porto (com áudio)

“No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos, no dia de hoje, 33 mandados de busca, principalmente no Porto e em Lisboa, abrangendo instalações de sociedades, incluindo uma SAD e uma instituição bancária, bem como diversas residências”, indicou o DCIAP em comunicado publicado no site do Ministério Público.

A operação foi avançada pela revista Sábado, que revelou que as buscas se enquadraram na Operação Cartão Vermelho e envolvem os empresários de futebol Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.

De acordo com a mesma publicação, um dos negócios de jogadores que já foi visto à lupa pelos investigadores é a compra e venda de Éder Militão. Segundo os documentos oficiais da SAD do Porto, o jogador assinou um contrato de cinco épocas com o Porto em julho de 2018. O clube, avança, ficou com 90% dos direitos económicos do jogador, adquirido em final de contrato ao São Paulo por pouco mais de 8,5 milhões de euros (sete milhões pelo passe e cerca de 1,5 milhões de encargos adicionais). Um ano depois, o Porto vendeu Militão ao Real Madrid, onde ainda joga.

Já o Correio da Manhã diz que as suspeitas envolvem um negócio com a venda de direitos televisivos. E a TVI e a SIC adiantam ainda que as buscas estendem-se ao banco Carregosa.

Nas buscas estão envolvidos elementos da PSP, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e Autoridade Tributária (AT).

Segundo o DCIAP, as diligências de recolha de prova visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios.

Estão em causa, avança, factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, “com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros”.

Na execução das buscas participaram 85 elementos da Inspeção Tributária da AT e da PSP, bem como magistrados do Ministério Público.

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