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Febre dos NFT atingiu Portugal, mas resultados ficaram aquém das expectativas

A onda dos NFT chegou a Portugal e já contagiou algumas empresas. Apesar do aumento do interesse por este novo mercado, as três empresas portuguesas que apostam neste mercado ainda não conseguiram efetuar qualquer venda.
  • NFT Vinho Aleixo

  • NFT Wonther – Jóias

23 Março 2022, 07h45

Com a popularidade dos NFT a ficar global, promovida pelo aumento do valor das criptomoedas e condições económicas favoráveis que permitiam investir em ativos de maior risco, os NFTs aumentaram o seu valor tendo chegado a bater recordes que ultrapassam os 80 milhões de euros. Esta tendência também chegou a Portugal, mas até ao momento não está a verificar grande sucesso.

Várias empresas portuguesas, após verem o sucesso internacional dos NFT estavam a fazer e ao quererem atrair novos clientes, decidiram entrar neste mercado. É o caso de, entre outras, a marca de roupa Caus Clothing, a garrafeira Real Cave do Cedro ou a marca de joelharia, Wonther.

No entanto, as três empresas estão até ao momento sem conseguir efetuar qualquer venda. As três empresas estão a fazer as suas vendas na plataforma OpenSea e são públicas todas as transações de NFT.

Questionado pelo JE, a garrafeira Real Cave do Cedro diz não ter até ao momento conseguido vender qualquer NFT. Ainda assim, a garrafeira não considera o projeto um falhanço.

“Achamos que tem tudo para dar certo, no entanto, tudo no início tem custos muito elevados” diz Ricardo Aleixo, dono da garrafeira. Os NFT vão ser “uma importante parte do nosso negócio”, garante.

Até ao momento, a garrafeira fez um investimento neste projeto de 700 euros e prevê investir 2.500 euros no total. O preço das garrafas, que foi definido em 0,05 Ethereum (122,38 euros), não vai ser alterado, garante o dono da empresa. “Vinho de 1996 é algo limitado que não se pode repetir”.

Na mesma linha, a Wonther justifica a falta de vendas com a novidade deste mercado, relembrando que “inevitavelmente existe um processo quase de estranheza e de adaptação por parte dos nossos consumidores” e que por isso a marca de jóias tem a ” responsabilidade de educar e guiar os nossos clientes a darem os primeiros passos na web 3.0″.

No entanto, a dona da empresa, Ogla Kassian, acredita que a experiência foi bem sucedida dado ter sido “um teste de mercado para perceber o que funciona e o que não funciona”. Ainda assim, a empresa não pretende alterar os preços dos NFTs que atualmente chegam aos 12.110 euros.

À semelhança da Wonther e da Real Cave do Cedro, também a Caus Clothing opta por transacionar NFT na plataforma OpenSea. Os dados, que são públicos, permitem-nos perceber que a marca de roupa também não conseguiu vender nenhum artigo desta natureza. A Claus Clothing  foi contactada pelo JE, mas até à publicação do artigo não obteve resposta.

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