A Reserva Federal norte-americana, que subiu as taxas de juro em 25 pontos base, quer “mais evidências” de que a inflação está a desacelerar “de forma sustentada”, considerando que o trabalho ainda não está concluído, segundo Jerome Powell, presidente do banco central.
Powell parecia estar a tentar acalmar a felicidade que ao longo do dia percorreu Wall Street – com todos os índices a fecharem do lado positivo. O que a Reserva Federal pretende dizer é que as subidas das taxas vão continuar a acontecer até que seja nítido que a inflação está dominada. E isso pode demorar muitos meses.
“Embora os recentes desenvolvimentos sejam encorajadores, iremos precisar de mais evidências para ter certeza de que a inflação está a desacelerar de forma sustentada”, disse o presidente da Reserva Federal em conferência de imprensa, após a reunião de dois dias do banco central.
Recorde-se que o aumento de 25 pontos, para um intervalo entre 4,50% e 4,75%, abrandou em relação aos à subida de 50 pontos base na última reunião.
O Dow Jones segue a cotar nos 34.167,73 pontos, mais 81,69 pontos ou mais 0,24%; o Nasdaq sobe para os 11.828,14 pontos, mais 243,58 pontos ou mais 2,10%; e o S&P 500 está nos 4.125,29 pontos, mais 48,69 pontos ou mais 1,19%.
Jerome Powell recordou que “a inflação continua alta” e que “que seria muito prematuro declarar vitória. Talvez que a contenção de Powell tenha sido ouvida pelo mercado, uma vez que vários analistas consideraram que o mercado respondeu bem ao ‘pequeno’ aumento, mas não tão bem como seria de supor.
O mercado esteve mesmo a descer ao longo do dia e só recuperou já perto da hora do fecho. É que o aumento ficou em linha com as expectativas após os rápidos aumentos em 2022, mas talvez os analistas ‘sonhassem’ com um degrau ainda mais suave.
“A Fed não ‘jogou bolas curvas’, pois fez o que era esperado por todos. A porta está a abrir-se para acabar com os aumentos de juros, mas ainda há hipóteses de mais um aumento de juros na próxima reunião”, disse Ryan Detrick, da Carson Group, citado pela agência Reuters. “A economia está a crescer, o que é reconfortante, já que a Fed não está preocupada com uma recessão iminente”, concluiu
O mesmo analista disse ainda que provavelmente a Fed “acabará com os aumentos em breve, pois os dados da inflação continuam a mostrar grandes melhorias, que é exatamente o que o banco central precisa para ‘tirar o pé do acelerador’”.
Terá sido talvez por existirem no mercado opiniões tão otimistas como estas que o presidente do banco central se sentiu na obrigação de avisar os investidores que pouca coisa mudou na frente da inflação e que todas as ideias de que a instituição afrouxará a vigilância são infundadas.