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Fed sinaliza redução dos ativos no balanço a começar em maio

Lael Brainard, governadora da Fed, reconheceu que a inflação está “demasiado elevada” e sinalizou o início da redução do balanço do banco central já em maio, num ritmo mais elevado do que entre 2017 e 2019.
5 Abril 2022, 16h22

A governadora da Reserva Federal Lael Brainard sinalizou esta terça-feira que a redução do balanço da autoridade monetária norte-americana poderá arranacar já em maio, além de ter sublinhado a necessidade de lidar com a elevada inflação que se faz sentir atualmente na maior economia do mundo.

Brainard, que costuma ter uma postura pouco agressiva e favorecendo taxas de juro baixas, reconheceu esta terça-feira que a inflação está “demasiado elevada e sujeita a riscos” que a podem aumentar ainda mais, pelo que urge uma tomada de posição da Fed para lidar com a situação. Na leitura mais recente do indicador relativo à variação de preços, este subiu até aos 7,9%, um valor não visto desde 1982.

“O Comité continuará a apertar a política monetária metodicamente e através de uma série de aumentos das taxas de juro e pelo arranque da redução dos ativos no balanço a um ritmo elevado a partir da próxima reunião de maio”, afirmou Brainard num discurso virtual para um encontro organizado pela Fed de Minneapolis. Este ritmo será “consideravelmente” mais elevado do que entre 2017 e 2019, quando o organismo permitiu reduções de 50 mil milhões de dólares (45,73 mil milhões de euros) mensais.

A governadora, que aguarda a confirmação do Senado para a sua indicação como vice-presidente da Reserva Federal, argumentou ainda que a invasão da Ucrânia irá contribuir para a subida da inflação através do aumento do preço das matérias-primas, apelidando o conflito como “um sismo geopolítico”. Ainda assim, o abrandamento do crescimento global, a diminuição dos gastos públicos federais e a maior oferta de trabalho podem contrabalançar este efeito, projeta.

A autoridade monetária norte-americana já subiu as taxas de juro diretoras este ano, que se situam agora no intervalo de 0,25% a 0,50% depois da subida de março. A expectativa passa agora por um aumento de 1,5 pontos percentuais (p.p.) até ao final do ano, o que deixaria o indicador na casa dos 2%.

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