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Félix Morgado: “Impõe-se clarificar que não apresentei a minha demissão”

Numa carta a que o Jornal Económico teve acesso, o presidente da Caixa Económica Montepio Geral garante que continua a trabalhar “com o mesmo empenho, a mesma responsabilidade, paixão e determinação que permitiram a recuperação da CEMG”.
  • Montepio
11 Dezembro 2017, 19h13

O presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), José Félix Morgado, escreveu aos colaboradores da instituição financeira para dizer que não se demitiu e que continua a trabalhar “com o mesmo empenho, a mesma responsabilidade, paixão e determinação”, apesar das notícias que apontam como certa a sua substituição.

No fim de semana, foram publicadas notícias que davam conta da saída de Félix Morgado da presidência executiva do banco, depois de António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, dona do banco, ter dito no almoço de Natal que iria mudar os órgãos sociais da Caixa Económica depois da entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital da instituição financeira.

Félix Morgado já comunicou ao acionista que não concorda e que não aceita mudanças na administração a um ano de concluir o mandato, no final de 2018.

“Durante o fim de semana, e a propósito de várias noticias sobre rearranjos na estrutura acionista da CEMG [Caixa Económica Montepio Geral], foram feitas diversas referências a alterações de modelo de governo e dos órgãos sociais, incluindo a da minha saída da função que exerço, nas próximas semanas ou no início do ano”, lê-se na carta de José Félix Morgado, a que o Jornal Económico teve acesso.

“Estamos a concluir o quarto trimestre deste ano de 2017, depois de três trimestres em que, graças ao esforço de todos, apresentámos resultados condicentes com a missão que aceitei quando assumi a presidência do Conselho de Administração Executivo”, salienta o CEO do Montepio.

“Conjuntamente com um terceiro trimestre de resultados positivos, a CEMG voltou aos mercados onde já não marcava presença há mais de oito anos, alienou uma carteira significativa de NPLs, viu o rating das suas obrigações hipotecárias revisto em alta por duas agências internacionais e é hoje reconhecida como fazendo parte dos bancos portugueses de referência”, realça o presidente do banco.

José Félix Morgado diz ainda aos colaboradores do banco que dirige que “terminaremos o ano com muito bom desempenho, não obstante as dificuldades que tivemos que ultrapassar, e uma vez mais isso se deve ao esforço que temos feito e que vos peço continuemos a fazer neste final de ano”.

“Impõe-se clarificar que não apresentei a minha demissão e que continuo, hoje, como continuarei até ao último dia em que estiver em funções, a trabalhar com todos e cada um de vós, com o mesmo empenho, a mesma responsabilidade, paixão e determinação que permitiram a recuperação da CEMG”, esclarece José Félix Morgado.

“Respeitando os valores desta Instituição que tantos ajudaram a construir devemos manter-nos no caminho traçado no Plano Estratégico da Caixa Económica com a certeza de que cumpriremos os nossos objectivos. Temos que continuar a ‘fazer’, a construir o futuro da CEMG dando o nosso contributo ao Grupo Montepio”, conclui o presidente executivo do banco.

Acaba a carta a desejar  “uma quadra festiva em Paz e em Família”.

A mudança na administração do banco foi anunciada publicamente por Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, a par com a mudança de modelo de governo e com a entrada da Santa Casa com uma posição que no final acabará por ficar ligeiramente abaixo dos 10%, investindo 200 milhões de euros.

Tomás Correia anunciou que será até ao Natal a entrada da Santa Casa, mas o provedor Edmundo Martinho  já veio dizer que seria difícil concluir a operação até ao Natal, projectando que haverá um desfecho no primeiro trimestre de 2018.

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