Fenómenos climatéricos “extremos e atípicos’ vão continuar, alerta a ONU

Entre as regiões que mais sofreram com o aquecimento global está o Ártico, onde os barómetros registaram durante o ano passado 3 graus acima das temperaturas médias do período de referência.

Depois em 2016 se ter registado um número recorde de fenómenos climatéricos extremos e atípicos, a Organização Metereológica Mundial (OMM) alerta para que em 2017 estes fenómenos se continuam a fazer sentir com alguma intensidade. Um relatório da OMM, que está enquadrada na Organização das Nações Unidas (ONU) dá conta de que o ano passado terá sido o mais quente de que há registo, o que terá levado a uma subida do nível médio das águas do mar e contribuindo para o degelo do Ártico.

Segundo dados a que a BBC teve acesso, o ano de 2016 foi 0,83º C mais quente do que a média registada no período de referência, de 1961 a 1990. Os metereologistas indicam que se tivermos em consideração o período antes da Revolução Industrial então a diferença sobe para os 1,1º C. Entre as regiões que mais sofreram com este sobreaquecimento está o Ártico, onde os barómetros registaram durante o ano passado 3 graus acima das temperatura médias do período de referência.

Na ilha norueguesa de Svalbard, bem no extremo norte do globo, o impacto do aquecimento global fez-se sentir com particular intensidade. As temperaturas médias anuais escalaram 6,5º C em relação à marca de referência e a região terá vivido pelo menos por três vezes neste inverno o equivalente a uma “onda de calor” polar.

O aquecimento global está a ser especialmente problemático no que toca ao degelo e à subida do nível médio das águas do oceanos. A OMM alerta para que o aquecimento dos oceanos possa ser “mais pronunciado do que o que se acreditava”, depois de o fenómeno El Niño, que ocorre a cada quatro ou cinco anos, ter levado em 2016 a um aquecimento fora do normal das águas superficiais e desencadeado outros fenómenos extremos e contraditórios, como secas ou precipitações.

“Depois de o fenómeno climático El Niño de 2016 se ter dissipado, assistimos nos dias de hoje a outras alterações no mundo que não conseguimos explicar. Estamos ao limite dos nossos conhecimentos científicos sobre o clima”, explica o diretor do programa mundial de investigação sobre o clima, David Carlson.

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