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Fernando Pinto admite deixar de ser CEO, mas quer continuar ligado à TAP

Hoje, no almoço de Natal da companhia, Fernando Pinto deixou em aberto diversos cenários quanto ao seu futuro na transportadora aérea nacional.
  • Cristina Bernardo
19 Dezembro 2017, 17h30

Ao fim de 17 anos à frente dos destinos da TAP, Fernando Pinto admitiu hoje deixar de ser o CEO da companhia aérea nacional, mas diz que quer continuar ligado à empresa, “nem que seja como acionista”.

Questionado sobre a sua permanência como CEO da TAP durante o tradicional almoço de Natal aberto à Comunicação Social, Fernando Pinto recordou a sua experiência à frente da companhia.

“Eu tenho uma grande vantagem, que são 17 anos como experiência na TAP e a conhecer Portugal. Cheguei aqui com uma missão que era levar a TAP à privatização. Isso foi feito há dois anos. Depois, pediram-me para fazer algo mais, era preciso dar continuidade para estabilizar o processo de transição. É algo que hoje está pronto, que é a estabilidade”, destacou o CEO da TAP.

Fernando Pinto defende que “podemos resumir este período de 17 anos que tenho na TAP a 15 anos de sobrevivência em crescimento, a dois anos de transição extremamente importantes, e a um ano, o último, de um maravilhoso resultado”.

“Eu estou absolutamente realizado no aspeto pessoal. Tenho a certeza de que a TAP tem de continuar a crescer e a descobrir novos talentos. Não me quero desligar da TAP nem que seja como accionista. Neste momento, não há nada definido”, adiantou Fernando Pinto, abrindo a porta à possibilidade de sucessão no cargo de CEO da TAP.

O mandato de Fernando Pinto como CEO termina no final deste ano, mas deverá prolongar-se até à realização da próxima assembleia geral da empresa.

“O importante é que seja de comum acordo com todos. A TAP vai ter muito futuro. Na hora certa, vamos anunciar o que for e o que for será o melhor para a TAP”, garantiu Fernando Pinto.

Questionado pelo Jornal Económico, Humberto Pedrosa, presidente do Grupo Barraqueiro, um dos acionistas privados da TAP sublinhou que “a decisão de o engenheiro Fernando Pinto continuar como CEO da TAP vai depender bastante dele”.

“Ele fez um excelente trabalho à frente da TAP. Conseguiu gerir a companhia durante 15 anos apenas com os recursos financeiros da companhia, e com resultados negativos. Este ano, está perto de conseguir resultados positivos [consolidados, no grupo] e pode querer sair pela porta grande”.

Questionado sobre qual é a sua preferência como acionista, Humberto Pedrosa respondeu que “o engenheiro Fernando Pinto é uma mais-valia da TAP, é a pessoa que melhor conhece a companhia”.

“Se não quiser ser CEO, que seja outra coisa em que esteja ligado à TAP. A TAP deve-lhe muito”, rematou Humberto Pedrosa.

Humberto Pedrosa formou com o empresário norte-americano David Neeleman, proprietário da Azul, um consórcio privado, o Atlantic Gateway, que detém 50% da TAP.

Os restantes 50% são controlados pelo Estado português través da Parpública, reservando-se o direito de veto nas decisões dos acionistas privados.

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