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FESAP: Função Pública pode avançar com greve ainda antes de maio

Caso não haja compromisso negocial com o Governo, José Abraão admite antecipar a greve. Se houver entendimento, o sindicato dos trabalhadores da administração pública vai travar o protesto. “Valorizamos muito a negociação”, frisa.
5 Abril 2017, 17h16

O presidente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, não descarta a possibilidade de avançar com a greve geral de trabalhadores do setor público ainda antes da data anunciada, no final desta manhã, por Ana Avoila.

“Se não houver um compromisso negocial, calendarizado em relação às matérias de objeto de negociação de 2017 e outras, a greve está em cima da mesa e até pode ser antes de 26 de maio”, afirma o dirigente ao Jornal Económico. Porém, a possibilidade contrária não está fora do baralho: se houver entendimento, o sindicato dos trabalhadores da administração pública poderá travar o protesto. “Valorizamos muito a negociação”, acrescenta.

No congresso da UGT, a FESAP aprovou uma moção onde adianta que fará uma greve geral nacional na administração pública num cenário de discordância face à precariedade, na qual se insere a questão relativa às carreiras contributivas mais longas no âmbito da aposentação. Ao JE, José Abraão disse ter interesse em dialogar com os restantes sindicatos na marcação desse protesto.

Esta quarta-feira, a dirigente da Frente Comum, Ana Avoila, anunciou a convocação de uma greve dos funcionários da administração pública para o próximo dia 26 de maio, justificando a paralisação com a necessidade de um aumento salarial, pagamento de horas extraordinárias e a aplicação das 35 horas para todos os trabalhadores.

A hipótese deste tipo de protesto já tinha sido colocada ontem, após o final da reunião entre as estruturas sindicais da função pública – Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), FESAP e Frente Comum – e a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Carolina Ferra.

Na opinião das três entidades, o encontro, no qual esteve em cima da mesa quer o programa de regularização extraordinária dos vínculos precários quer o descongelamento das carreiras, foi inclusivo. Os sindicatos esperam resposta do Governo nos próximos dias, depois das audições no Parlamento.

De acordo com o que o Governo já tinha explicado anteriormente, o processo de descongelamento vai ser gradual. No entanto, o modelo em que será feito ainda não está definido. Aquilo que se sabe é que os funcionários públicos que vão ter direito à subida de escalão remuneratório não irão contar com pagamento de retroativos, segundo a informação avançada pelo Jornal Económico.

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