Filme sul-coreano “Parasitas” triunfa nos Óscares mais internacionais de sempre

Realizador, produtor e argumentista Bong Joon-ho conquistou quatro estatuetas douradas na 92.ª cerimónia de entrega dos Óscares. Entre os restantes vencedores da noite destacou-se Joaquin Phoenix, graças à sua interpretação em “Joker”.

Bong Joon-ho

O filme sul-coreano “Parasitas” e o seu realizador e co-argumentista Bong Joon-ho foram os grandes vencedores da 92.ª cerimónia de entrega dos Óscares, conquistando quatro estatuetas douradas, entre as quais as de Melhor Filme e de Melhor Realização.

Sempre acompanhado por uma tradutora, Bong Joon-ho subiu quatro vezes ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, onde a entrega dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood decorreu na noite de domingo, quando já era madrugada de segunda-feira em Portugal. Apesar de ser um dos contemplados com o prémio principal, na qualidade de produtor de “Parasitas”, o cineasta nascido há 50 anos em Daegu não tomou a palavra, deixando os discursos de agradecimento para a outra produtora e para uma das atrizes do elenco do thriller que mostra como uma família de fura-vidas consegue insinuar-se na casa e na vida de um casal abastado.

Mas poucos minutos antes deixara definitivamente a sua marca ao receber a estatueta dourada na categoria de Melhor Realização. Com ajuda da tradutora que foi a sua sombra ao longo da cerimónia, Bong Joon-ho recebeu o terceiro de quatro Óscares enquanto desabafava que pensava “que já tinha o dia feito e podia começar a relaxar” e dirigiu-se aos restantes nomeados. Para Martin Scorsese, cujo “The Irishman” não obteve nenhum prémio, pediu uma ovação, recordando que estudou os filmes do norte-americano quando estava a tirar o curso de Cinema. Também agradeceu a Quentin Tarantino por divulgar os seus filmes quando ainda não eram conhecidos nos Estados Unidos, e não esqueceu Sam Mendes e Todd Phillips, garantindo que “se a Academia deixasse, gostaria de cortar a estatueta em cinco com uma serra elétrica”.

Também vencedor na categoria de Melhor Filme Internacional (nova designação da categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira), Bong Joon-ho expressou a sua alegria por ser o primeiro a receber o prémio após a alteração, apoiando “o novo rumo que a mudança de nome simboliza”. E pediu à tradutora para informar os presentes na sala, e os muitos milhões que seguiam a transmissão televisiva em todo o mundo, que iria “começar a beber”, acreditando ainda que só carregaria uma estatueta dourada em cada mão. Isto porque, logo no início da noite, recebera o Óscar de Melhor Argumento Original.

Menos politizada do que o habitual

Além do inédito triunfo do cinema asiático, a 92.ª edição dos Óscares ficou marcada pela relativa escassez de discursos políticos na hora de agradecer as distinções da Academia. A grande exceção foi Joaquin Phoenix, que confirmou o favoritismo na categoria de Melhor Ator Principal, pela interpretação da personagem que dá título ao filme “Joker”. “Quer estejamos a falar de desigualdade de género, de racismo, de direitos dos homossexuais, ou dos povos indígenas, ou dos animais, trata-se da luta contra as injustiças. Trata-se da luta contra a crença de que uma nação, uma raça, um género ou uma espécie têm o direito de dominar, controlar e utilizar os outros de forma impune”, disse o ator, criticando a “visão do mundo egocêntrica” que leva muitos a considerarem-se “o centro do universo” e a “pilharem os recursos naturais”.

Mais otimista, Renée Zellweger aceitou o Óscar de Melhor Atriz Principal por “Judy”, filme biográfico em que interpreta a estrela de Hollywood Judy Garland, dizendo que “quando celebramos os nossos heróis lembramo-nos de que valemos mais quando estamos unidos”. As restantes estatuetas douradas nas categorias de representação foram entregues a Laura Dern, Melhor Atriz Secundária por “Marriage Story” – uma das raras vitórias da noite para a Netflix, que tivera mais nomeações do que qualquer estúdio de Hollywood -, e a Brad Pitt, Melhor Ator Secundário por “Era uma Vez em Hollywood”.

Tanto “Joker”, que era o filme com maior número de nomeações (11), como “1917”, que vinha logo a seguir, com 10, tiveram uma noite agridoce no Dolby Theatre. Além de Joaquin Phoenix, a longa-metragem sobre as origens do rival de Batman só venceu na categoria de Melhor Banda Sonora (a islandesa Hildur Gudnadóttir tornou-se a terceira mulher a triunfar nesta categoria), enquanto o épico passado nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial ficou por três Óscares, nas categorias de Fotografia, Efeitos Visuais e Mistura de Som.

“Toy Story 4” recebeu o Óscar de Melhor Longa-Metragem de Animação, “Jojo Rabbit” valeu a estatueta dourada de Argumento Adaptado a Taika Waititi (que também interpreta Adolf Hitler, amigo imaginário do rapaz que dá título à comédia dramática) e Elton John mereceu o Óscar de Melhor Canção Original por “(I’m Gonna) Love me Again”, da banda sonora do filme autobiográfico “Rocketman”. Entre outras atuações ao vivo durante a cerimónia que voltou a não ter um apresentador principal destacaram-se as de Billie Eilish, que cantou “Yesterday” durante o segmento que recordou as figuras da sétima arte falecidas nos últimos meses, e Eminem, que com quase duas décadas de atraso interpretou “Lose Yourself”, tema do filme “8 Mile” que lhe valeu a estatueta dourada em 2003.

Recomendadas

Filmes de Mónica Lima, João Gonzalez e Ary Zara premiados no Canadá

A organização do festival, que termina hoje naquela cidade da província canadiana do Quebec, anunciou os vencedores em várias publicações na conta oficial do certame na rede social Instagram. Entre os premiados estão os filmes portugueses “Natureza Humana”, de Mónica Lima, “Ice Merchants”, de João Gonzalez, e “Um caroço de abacate”, de Ary Zara.

PremiumUm carro que tem tudo

Um Skoda com tração total e a diesel!

Workwell lançam WellBeing Games em Portugal para promover o bem-estar no trabalho

A primeira edição dos Wellbeing Games está marcada para o dia 2 de junho, no Estádio Universitário, em Lisboa, é organizada pela Workwell, especialista na implementação de programas e bem-estar nas organizações e tem o apoio oficial do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Fundação do Desporto e Associação de Atletas Olímpicos e o apoio da EDP, Xerox, Nestlé, Novo Nordisk, Sport TV e Decathlon.
Comentários