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Fim da era ‘PIIGS’? Espanha e Irlanda estão a abandonar o clube, diz a Bloomberg

Pode estar a terminar a sigla polémica que junta Portugal aos outros países da periferia da zona euro. Espanha e Irlanda estão a distanciar-se com crescimento económico mais rápido e menos riscos políticos.
  • Francois Lenoir/Reuters
3 Fevereiro 2017, 17h56

Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha: os países com as economias mais instáveis na Europa e que foram apelidados, de forma polémica, de ‘PIIGS’ durante o pico da crise financeira.  No entanto, a era dos ‘PIIGS’ pode estar a terminar, ou pelo menos, o grupo pode estar a perder elementos, segundo a Bloomberg.

A razão prende-se com as melhorias nas economias de Espanha e Irlanda. Os dois países estão a distanciar-se dos restantes da periferia da zona euro com um crescimento económico mais rápido e menores riscos políticos.

“Faço uma separação muito rápida entre aquilo a que chamo boas periferias e más periferias”, explica o chefe de dívida em grau de investimento na BlueBay Asset Management LLP, Mark Dowding, à Bloomberg. “As boas periferias são os países que tiveram problemas no setor da banca e que os resolveram, que fizeram reformas e que voltaram a crescer. Isto aconteceu na Irlanda e em Espanha”.

As ‘yields‘ da dívida pública portuguesa não estão a ter o mesmo desempenho que a de Espanha ou da Irlanda, uma das razões que pode ditar o fim da configuração. O diferencial entre as taxas das obrigações espanholas e italianas tem aumentado e está em máximos de 2012.

Periphery no more

“As yields da Irlanda oscilam mais em linha com as da Áustria e da Bélgica do com as de Portugal. Isso quer dizer que separar o mercado nas antigas categorias de core, semi-core e periferia não faz jus à complexidade e que os investidores estão a observar um paradigma novo”, escreve a Bloomberg.

Em cinco anos, as economias de Espanha e da Irlanda mudaram e os dois países conseguiram diminuir o gap no ritmo de crescimento em relação aos restantes países da Europa. No caso irlandês, a economia cresceu quase 7% entre outubro e dezembro do ano passado, enquanto a dívida espanhola, que está em cerca de 100% do PIB, está próxima da francesa.

Um clima político mais calmo em Espanha e Irlanda, num contexto de aumento de populismo e incerteza política noutros países da Europa como França, Holanda ou Itália, é outro fator que poderá pesar no fim da antiga configuração.

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