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Financiamento especializado cresce a dois dígitos em 2017

Em 2017, segundo as estimativas da ALF, o Renting de viaturas cresceu 2,8% relativamente ao ano anterior, ao formalizar 32.732 operações (26.670 com viaturas de passageiros e 6.062 com comerciais).
7 Março 2018, 07h25

O setor do financiamento especializado obteve resultados positivos em 2017, com os números alcançados a traduzir um crescimento da produção do Leasing, Factoring e Renting, em linha com o crescimento da economia portuguesa no ano passado, avança agora a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF).

No que toca ao Leasing, as estimativas da ALF apontam para um volume de 3 mil milhões de euros, fruto de uma procura 23% superior à observada em 2016 (ano em que foram feitos investimentos de 2,4 mil milhões de euros através de Leasing). Com um crescimento “notório em todas as categorias”, a análise da assocuação apurou que .

A locação financeira mobiliária, por seu turno, cresceu 27,6%, correspondendo a 2,2 mil milhões de euros. O Leasing Automóvel contribuiu com 1,4 mil milhões de euros, mais 25% do que no período homólogo; e o Leasing de Equipamentos ascendeu aos 786 milhões de euros, indicando um crescimento de 33% relativamente a 2016.

Os novos negócios da locação financeira imobiliária representaram 809 milhões de euros em 2017, aumentando 11,6% comparativamente ao ano precedente.

Sobre a evolução específica do Leasing, Eduardo Moradas, membro da direção da ALF com a tutela do Leasing, sublinha que este financiamento “tem vindo a funcionar como uma alavanca importante para promover o investimento e estimular o crescimento, estando em conformidade com a confiança expressa nas previsões para o setor”, tendo ainda acrescentado que, para 2018, de acordo com a Leaseurope, “80% dos profissionais do setor prevêem um aumento dos novos negócios e 65% antecipam um acréscimo do lucro das suas empresas nos primeiros seis meses do ano”.

No que diz respeito ao Factoring, as estimativas indicam que os créditos tomados atingiram o valor 27 mil milhões de euros, mais 10% do que em 2016, equivalendo a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) português. Neste campo, o Factoring Internacional continua a ser o que regista maior crescimento, apresentando um aumento de 24%, correspondendo a mais 828 milhões de euros de créditos tomados do que em 2016 e totalizando 4,2 mil milhões de euros em 2017.

O contributo do Factoring para as empresas exportadoras destaca-se, sendo responsável por uma crescente percentagem de trocas comerciais com o exterior, chegando a 4 mil milhões de euros (enquanto em 2016 tinha ficado pelos 3,2 mil milhões de euros). Já o Factoring de Importação totalizou uma produção de 248 milhões de euros, mais 13,2 por cento do que no ano precedente.

Nota ainda para o Factoring Doméstico que registou uma uma produção de 13,8 mil milhões, o que representa um aumento de 9,9% face ao ano anterior, “sendo que o Factoring Sem Recurso foi determinante para atingir esta cifra, com uma produção estimada de 8,5 mil milhões de euros”, explica a ALF.

Já o Confirming – um serviço com crescente procura, em que o factor efetua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo também assumir a forma de adiantamento – cresceu a uma taxa de 4,9%, atingindo os 8,9 mil milhões de euros, isto é mais 413 milhões de euros do que em 2016.

Estes dados, na opinião de Rui Esteves, vice-presidente da ALF, responsável para o Factoring. demonstram como é “cada vez mais um mecanismo financeiro importante no apoio à economia real, para o crescimento económico e para a criação de emprego”. O responsável acrescenta ainda que a ALF “tem feito, inclusivamente, um esforço, juntamente com os seus associados, para que não seja apenas reconhecido como uma ferramenta com funções financeiras (financiamento, adiantamento sobre faturas) mas também com funções administrativas (serviços de cobrança, comerciais e contabilísticos, apoio jurídico) e de estudo e cobertura do risco de crédito dos devedores”, conclui.

Frota gerida em Renting: produção atinge 632 milhões de euros 

Em 2017, segundo as estimativas da ALF, o Renting de viaturas em Portugal cresceu 2,8% relativamente ao ano anterior, ao formalizar 32.732 operações (26.670 com viaturas de passageiros e 6.062 com comerciais). Esta cifra corresponde a uma produção de 632 milhões de euros, ligeiramente acima do valor de 2016 (ano em que a atividade representou 624 milhões de euros). O Renting assumiu até ao final de 2017 a gestão de uma frota automóvel de passageiros e comerciais com 106.734 viaturas, denotando-se um crescimento de 7,3%, face às 99.510 viaturas registadas no ano precedente. Observou-se assim um crescimento de 14% no valor das frotas automóveis geridas pelas Rentings, totalizando 1,6 mil milhões de euros.

Ao analisar estes resultados, António Oliveira Martins, vice-presidente da ALF, responsável por este setor, salienta que em 2017 se assistiu ao “consolidar de forma muito positiva a frota acumulada gerida”. Estes resultados, reforça, “demonstram uma maior maturidade do mercado, bem como a reconhecida flexibilidade e adaptabilidade do Renting e, tendo em conta a confiança que as empresas já têm nos produtos, as perspetivas para 2018 são positivas”.

 

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