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First Republic Bank tomba mais de 47% e venda do banco está a ser equacionada (com áudio)

O JP Morgan está a ajudar o First Republic Bank a encontrar soluções. As alternativas podem incluir um aumento de capital, disseram as fontes ao Wall Street Journal, o que poderia diluir os atuais acionistas.
20 Março 2023, 21h51

O First Republic Bank tem tudo para correr mal. Depois de na semana passada um grupo de dez bancos – incluindo o JPMorgan, o Citigroup, o Bank of America, o Wells Fargo, o Morgan Stanley ou o PNC Financial Services Group – ter concertado com o governo dos Estados Unidos injetar 30 mil milhões de dólares (em depósitos) com vista a tentar estabilizar a liquidez do banco, eis que hoje em bolsa o banco norte-americano caiu 47,11%.

A agência de rating S&P Global desceu hoje o rating de dívida de longo prazo do First Republic de BB+ para B+, estando já em nível “lixo”, o que pode explicar o tombo. A agência cortou a notação de crédito ao banco pela segunda vez numa semana, alertando que o acordo de resgate de 30 mil milhões de dólares não resolve os desafios do banco. Isto um dia depois de ter sido assinado um acordo histórico entre o UBS e o Credit Suisse com o beneplácito das autoridades suíças.

As dúvidas em torno do sector bancário regional dos EUA continuam a pesar sobre os investidores que, após o colapso do Silicon Valley Bank, se recusam a acreditar que o perigo tenha passado e apontam o banco de São Francisco como um dos que enfrentam os maiores perigos.

As saídas de depósitos continuam a ocorrer em massa no banco, o que levou Jamie Dimon, CEO da JP Morgan, a aconselhar o First Republic Bank sobre várias alternativas estratégicas que pode levar a cabo. Entre elas está uma nova negociação com grandes bancos americanos, numa tentativa de angariar capital adicional, de acordo com o Wall Street Journal.

As alternativas podem ainda incluir um aumento de capital, disseram as fontes ao jornal, o que poderia diluir os atuais acionistas. A venda do banco também é uma possibilidade.

Os esforços dos bancos privados para ajudar a First Republic vêm depois das medidas dos reguladores federais para aliviar a pressão sobre o sector bancário. Isto inclui um Programa de Financiamento Bancário a Longo Prazo que permite aos bancos utilizarem mais facilmente os seus ativos de alta qualidade (como colateral junto do banco central) para angariar mais dinheiro.

A venda da First Republic a um banco maior estaria em linha com o que aconteceu a alguns bancos em dificuldades durante a crise financeira de 2008 e com o que foi anunciado ontem na Suíça, com o UBS a comprar o Credit Suisse durante o fim-de-semana. Mas, as potenciais perdas nos empréstimos e obrigações do First Republic limitaram o apetite por tal movimento, segundo o CNBC.

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