A Autoridade Tributária exige ao selecionador nacional o pagamento de 4,5 milhões de euros em IRS, revela hoje o “Expresso”. Estes valores são relativos aos exercícios de 2016 e 2017, anos em que Fernando Santos recebeu quase 10 milhões de euros através da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), tendo declarado e pago IRS sobre um salário anual de 70 mil euros, cinco mil euros por mês.
O selecionador recorreu para o tribunal arbitral e para o fisco, escreve o jornal, a forma como recebeu os rendimentos foi artificiosa e desenhada sobretudo para reduzir os impostos. Quando chegou à liderança da seleção em 2014, Fenando Santos não assinou um contrato individual de trabalho. Meses antes tinha criado uma empresa, a Femacosa, tendo-se constituído sócio-gerente, e a Federação contratou a prestação de serviços a esta empresa do selecionador e seus adjuntos. A Femacosa faturou à FPF 10 milhões em 2016 e 2017: 2,5 milhões foram transferidos para outras sociedades criadas pelos adjuntos, com o restante a caber a Fernando Santos.
A AT considera que a Femacosa não tem substância real e foi criada para reduzir a carga fiscal do seu sócio-gerente. Se tivesse assinado um contrato com a FPF, recebendo diretamente, teria saltado para o último escalão de IRS, pagando muito mais imposto. O Fisco invocou a cláusula geral anti-abuso e desqualificou a empresa para efeitos fiscais e exigiu ao selecionador mais 4,5 milhões em IRS e juros.
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