O BCP ainda não deixou o “rating” especulativo, mas está a um passo de acontecer uma vez que a Fitch elevou o rating Banco Comercial Português para ‘BB+’. O Outlook é estável.
A Fitch Ratings elevou o Long-Term Issuer Default Rating (IDR) do BCP para ‘BB+’, quando antes era de ‘BB’ e o Viability Rating (VR) para ‘bb+’ de ‘bb’. A Perspectiva do IDR (Issuer default ratings) de Longo Prazo é Estável.
A agência de rating revelou que a actualização do rating reflecte progressos significativos na redução dos ativos problemáticos herdados desde finais de 2019, apesar dos desafios que o período pandémico representa para o ambiente operacional em Portugal.
O BCP reportou reduções face a dezembro de 2021 de 535 milhões de euros em NPE, 265 milhões de euros em imóveis recebidos por recuperação e 376 milhões de euros em fundos de restruturação. O rácio de Non-Performing Exposure em 2022 foi de 3,8%.
“Esperamos que esta redução dos activos problemáticos continue num futuro próximo, embora a um ritmo mais lento”, diz a Fitch.
As perspectivas de lucros recorrentes são melhores devido a taxas de juro mais elevadas, à forte eficiência de custos e um balanço com riscos significativamente mais reduzidos. Como resultado, os rácios de capital têm aumentado para níveis mais adequados.
“O sector bancário português fez progressos significativos desde 2016, melhorando a sua resiliência a choques. Apesar da crise do coronavírus, os bancos fizeram progressos na limpeza dos seus balanços e os seus níveis de capitalização foram reforçados”, reconhece a Fitch.
O BCP é o segundo maior banco português em termos de activos totais, com quotas de mercado doméstico de cerca de 18% em empréstimos e depósitos. O modelo de negócio multi-canal do banco é mais diversificado que o de alguns dos seus pares domésticos, o que suporta receitas de comissões recorrentes, refere a agência.
No seguimento desta decisão, a Fitch melhorou também o rating dos depósitos de longo prazo do banco para BBB- face a BB+. Ou seja, já é considerado um “investimento de qualidade”.
Notícia atualizada às 17:07