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FMI menos otimista que o Governo, prevê défice de 0,4% para 2019

Estimativa do FMI sobre o défice do próximo ano situa-se dois pontos percentuais acima da meta do Governo, mas abaixo da previsão de 0,6% da Comissão Europeia. FMI prevê ainda que a economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2018 e abrandar para os 1,8% em 2019.
30 Novembro 2018, 15h07

O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa um défice de 0,4% em 2019, o dobro da meta prevista pelo Governo no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), fixada em 0,2%.

Numa declaração divulgada esta sexta-feira, após a sétima avaliação pós-programa de ajustamento, o FMI revê a última previsão de 0,3% de défice no próximo ano e aponta um abrandamento do crescimento económico.

“Esta previsão assume que as medidas evoluem em linha com o orçamento de 2019, incluindo nas áreas tais como o descongelamento das progressões nas carreiras”, refere o relatório.

No entanto, a estimativa do FMI situa-se abaixo da previsão de 0,6% do défice do próximo ano da Comissão Europeia (CE).

PIB deverá abrandar para 1,8% este ano 

O FMI prevê ainda que a economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2018 e abrandar para os 1,8% em 2019, com o investimento e as exportações a manterem-se como principais motores do crescimento, embora a um ritmo mais lento.

Recorde-se que o Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou para 2,1% no terceiro trimestre de 2018. Segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirmam a estimativa rápida publicada há cerca de duas semanas, o PIB foi de mais 0,3% em termos reais, quando comparado com o trimestre homólogo, e de menos 0,3 pontos percentuais comparativamente aos três meses anteriores.

O FMI prevê assim que será difícil a economia portuguesa crescer de acordo com a meta de 2,3% do Governo. Também a CE no Autumn 2018 Economic Forecast, publicado a 8 de outubro, se mostrava mais pessimista do que o Governo, apontando para um abrandamento do crescimento do PIB para 1,8% em 2019, abaixo dos 2% das previsões de verão e dos 2,2% previstos pelo Governo.

Os economistas do FMI salientam que ainda que a atividade económica permaneça “robusta”, um abrandamento das exportações e do investimento irá refletir-se no crescimento. Identifica ainda como principais riscos para a economia, o contexto externo, nomeadamente o crescimento da zona euro.

(Notícia atualizada às 15h40)

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