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FMI pondera avançar com plano de resgate financeiro à Venezuela

O FMI prevê gastar cerca de 30 mil milhões de dólares (25,4 mil milhões de euros) para recuperar a economia do país, um processo que o organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que seria política e financeiramente mais complexo do que o da Grécia.
16 Outubro 2017, 11h49

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está a preparar-se para um eventual resgate financeiro à Venezuela, onde a grave crise económica e a hiperinflação parecem não ter fim à vista. O FMI prevê gastar cerca de 30 mil milhões de dólares (25,4 mil milhões de euros) para recuperar a economia do país, um processo que o organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que seria política e financeiramente mais complexo do que o da Grécia.

A Venezuela cortou relações com o FMI em 2007 e desde então o organismo responsável por evitar crises nos sistemas monetários mundiais nunca mais realizou revisões às contas públicas no terreno. Ainda assim, o FMI continuou a acompanhar o panorama venezuelano em off, prevendo uma contração de 12% do PIB e uma inflação de 2.349,3% no próximo ano.

“O agravamento da crise política na Venezuela constitui um pesado lastro para a atividade económica, que, segundo as previsões, se contrairá mais do -10% de 2017, à medida que diminua a produção de petróleo e se intensifique a incerteza”, explicam os analistas do FMI no relatório sobre as ‘Perspetivas Económicas Globais’, revelado na passada terça-feira.

“Estamos preocupados com as condições económicas e humanitárias de proporções dramáticas na Venezuela”, afirmou esta segunda-feira um porta-voz do FMI, citado pelo jornal britânico ‘Financial Times’. “Como parte da nossa missão de vigilância, reunimos informações e seguimos a situação de perto, incluindo o monitoramento de como a crise está a afetar os países vizinhos”.

Douglas Rediker, um antigo representante dos Estados Unidos no FMI, considera que um resgate à Venezuela “teria uma grau de complexidade superior ao resgate financeiro da Grécia”. A escassez de divisas obrigou a uma redução de 80% das importações em cinco anos, deixando o país à margem da bancarrota e de uma escassez de alimentos e medicamentos.

A equipa do FMI sublinha, no entanto, que nenhum resgate é iminente. “Por enquanto, trata-se de uma vigilância normal ao país”, ressalvou fonte da organização internacional liderada por Christine Lagarde.

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