Forças francesas apreendem carregamento de armas do Irão para o Iémen

Autoridades dizem que as armas seguiam para os rebeldes Houthi, mas o regime de Teerão afirma que nada tem a ver com o assunto. A guerra civil está num momento de cessar-fogo, mas o potencial de regresso dos combates é grande.

As forças navais francesas apreenderam em janeiro milhares de armas de assalto, metralhadoras e mísseis antitanque enviados do Irão para o Iémen. O Irão negou a autoria do envio e mesmo, num primeiro momento, que as armas fossem iranianas, mas imagens divulgadas pelo Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos não parecem deixar dúvidas.

O anúncio da apreensão ocorre no momento em que o Irão enfrenta uma crescente pressão ocidental sobre o envio de drones para o exército russo usar na guerra contra a Ucrânia. Mais este incidente com certeza não irá favorecer a posição do Ocidente face ao Irão – sendo ainda de recordar que as negociações para recuperar o Acordo Nuclear de 2015 ainda se encontram, aparentemente, no ativo.

A apreensão ocorreu no Golfo de Omã, que faz parte da rota que, segundo o Comando Central norte-americano, é tradicionalmente usada para traficar armas ilegalmente do Irão para o Iémen. Recorde-se que uma resolução das Nações Unidas proíbe a transferência de armas para os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irão, que tomaram a capital do país em 2014 e estão em guerra com uma coligação liderada pela Arábia Saudita.

Embora a França mantenha uma base naval em Abu Dhabi, normalmente adota uma abordagem mais silenciosa na região, mantendo presença diplomática no Irão.

Em novembro, a marinha dos Estados Unidos revelou ter encontrado 70 toneladas de um componente de combustível para mísseis escondidos entre sacos de fertilizante a bordo de um navio com destino ao Iémen e vindo do Irão.

A guerra no Iémen, que gerou uma das piores crises humanitárias do mundo, está sob o efeito de um cessar-fogo obtido final de março de 2022. Esse cessar -fogo expirou em outubro, apesar dos esforços diplomáticos para renová-lo, nomeadamente da parte das Nações Unidas e do seu secretário-geral, António Guterres. Posteriormente, surgiu a notícia de que as partes envolvidas teriam aceite a sua renovação por mais um pequeno período – mas o envio de armas testado já este ano parece indicar que a probabilidade de os combates se reiniciarem é grande.

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