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Fornecedor da Apple e grandes tabaqueiras na lista de empresas com denúncias de trabalho infantil

A lista da MSCI inclui 62 empresas a nível mundial, como a Foxconn e a British American Tobacco.
27 Novembro 2017, 12h53

Um dos principais fornecedores da Apple, a Foxconn, e grandes tabaqueiras mundiais, como a British American Tobacco, a Japan Tobacoo e a Imperial Brands estão na lista da MSCI das 62 empresas que têm denúncias de trabalho infantil.

Ainda que a compilação da MSCI não tenha provas dos casos reais de trabalho infantil – seja, portanto, um conjunto de referências a alegações de ONGs e meios de comunicação social – a polémica surgiu depois de a uma investigação do Financial Times (FT) ter concluído que a Foxconn estava a apostar em mão-de-obra estudantil barata em setembro para fazer face a todas as encomendas e à escassez de trabalhadores, que estava a gerar atrasos na produção do iPhone X.

Depois de o assunto ter vindo a público, a Foxconn pôs fim aos estágios em idade escolar que eram caracterizados por horas extras e ilegais de trabalho na fábrica chinesa de Zhengzhou. Agora, a mesma publicação vai além deste caso e refere que o problema causou a preocupação de que muitas outras empresas pudessem estar expostas a danos reputacionais e a desafios legais por causa do trabalho infantil.

O FT conta esta segunda-feira que a MSCI tem uma lista de 62 empresas a nível mundial com alegações deste crime e que a empresa está preocupada com o facto de as mesmas poderem apontar para outras questões de corporate governance não resolvidas, preocupando os investidores institucionais a longo prazo. “A má gestão dos riscos relacionados com o trabalho infantil pode estar ligada a uma falta geral de supervisão de risco”, afirmou ao diário Leslie Swynghedauw, associada sénior da MSCI e uma das responsáveis pela análise.

No mês passado, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo, desenvolvido com a Fundação Walk Free em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que identifica mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo como vítimas da escravidão moderna em 2016. Destas, cerca de 25 milhões encontrava-se em trabalho forçado e 15 milhões em casamentos forçados.

A organização alerta que, se não houver um maior esforço por parte dos governos, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável que visa a erradicação da escravidão até 2025 não será alcançado. As estimativas mostram que as mulheres e as crianças do sexo feminino são as mais afetadas pela escravidão moderna, representando quase 29 milhões – 71% do total.

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