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França considera “inaceitável” sanções dos EUA a empresas que negoceiam com o Irão

Jean-Yves Le Drian, ministro dos Negócios Estrangeiros de França, realça que as empresas europeias não devem pagar pelas decisões tomadas pelos norte-americanos, em entrevista ao “Le Parisien”.
11 Maio 2018, 11h57

A França criticou a decisão dos Estados Unidos da América (EUA) de aplicarem novamente sanções às empresas que façam negócios com o Irão. Em declarações ao jornal “Le Parisien” o ministro dos Negócios Estrangeiros francês Jean-Yves Le Drian refere que esta decisão é “inaceitável” e que os europeus não devem pagar pelas decisões tomadas pelos EUA.

Jean-Yves Le Drian diz ainda que este regime de sanções também vai afetar os norte-americanos e que os europeus “irão implementar as medidas necessárias para proteger os interesses das nossas empresas e iniciar negociações com Washington”.

Washington aprovou a decisão do presidente Donald Trump de abandonar o acordo com o Irão a fim de conter o programa nuclear. Os EUA salientam que as empresas têm seis meses para suspender as negociações com o Irão e que não podem estabelecer novos contatos, sob pena de enfrentarem sanções.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês discorda e afirma que “o compromisso dos outros parceiros com o Irão deve ser respeitado”, já que os efeitos desta mudança dos EUA já estão a ser sentidos através do aumento do valor do petróleo e da incerteza política no Médio Oriente, com o mais recente confronto militar entre Irão e Israel na Síria.

Algumas empresas já têm assinados acordos milionários com o Irão desde que o acordo nuclear foi assinado em 2015, como são os casos da Renault e da Peugeot no setor automóvel e da transportadora aérea Airbus, que podem ter de encerrar os investimentos até novembro, para não serem alvos de sanções norte-americanas.

Ao lado dos franceses estão também a Alemanha e o Reino Unido. O ministro da economia alemão, Peter Altmaier, já veio a público revelar que irá trabalhar com as empresas afetadas de forma a “minimizar as consequências negativas” das medidas dos EUA.

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