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França poderá ser o próximo alvo de hackers nas eleições?

Depois da polémica nos Estados Unidos, a questão da cibersegurança na próxima ida às urnas preocupa agora os franceses. O alerta partiu do secretário nacional do Partido Socialista para a segurança.
  • REUTERS/Charles Platiau
6 Janeiro 2017, 13h20

A dúvida que se começa a instalar em França é a mesma que tem marcado o período pós-eleições presidenciais dos Estados Unidos da América: os ‘hackers’ podem de alguma forma intervir no resultado?

Em entrevista ao “Politico”, o secretário nacional do Partido Socialista para a segurança, Sebastien Pietrasanta, explicou que “a questão dos ataques cibernéticos é uma verdadeira preocupação que está a crescer” dentro dos diferentes departamentos  governamentais.

Em França, mais de um milhão de eleitores vota através de aparelhos eletrónicos. O deputado de Hauts-de-Seine alerta para a “intensidade da ameaça” e para “a sofisticação dos recentes ataques” de que têm sido alvo as plataformas tecnológicas.

Na sua perspetiva, as eleições presidenciais, que têm a primeira volta marcada para o próximo dia 23 de abril, estão em risco de sofrer ataques desta natureza, que os responsáveis de campanha não conseguem evitar e para os quais têm “zero” formação.

Recentemente, a CIA concluiu que a Rússia interveio nas eleições presidenciais norte-americanas para ajudar Donald Trump a vencer a corrida à Casa Branca. Os serviços secretos dos EUA perceberam que, à medida que a campanha presidencial de 2016 se aproximava do fim, funcionários do Governo russo dedicavam cada vez mais atenção ao sucessor de Obama, de acordo com o que avançou a agência Reuters.

Depois de virem a público estas informações e de o Partido Democrático ter sido “hackeado” no episódio dos emails de Hillary Clinton, o Governo francês mobilizou recursos financeiros para fomentar a cibersegurança. Nesse sentido, o também relator da Comissão de Inquérito sobre Atentados refere que, apesar desse investimento, “ainda há muita preocupação com o que aconteceu nos Estados Unidos”.

Os partidos políticos, os deputados e o staff de campanha não têm meios para proteger as comunicações e não têm formação em segurança cibernética, segundo escreve o “Politico”. Ainda assim, Sebastien Pietrasanta, diz que estão todos a usar contas de email pessoais para diversas tarefas, mas não considera que sejam “de todo uma potencial ameaça” nesse aspeto.

E se os Estados Unidos apontam quase imediatamente o dedo à Rússia, o deputado francês não fala em países concretos. “Não vamos acusar um país ou um grupo, isso não seria correto”, justificou.

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