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Francisco Assis: Programa de Recuperação de Portugal “não pode ser obra de um só homem, nem de um só Governo”

O presidente do Conselho Económico e Social considera ser necessário envolver no debate sobre o programa de recuperação económica e social “todos os partidos políticos”, assim os “setores económicos e dos setores sociais”.
20 Julho 2020, 18h20

O novo presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, disse esta segunda-feira que o programa de recuperação da economia portuguesa “não pode ser obra de um só homem, nem de um só Governo”, em alusão ao estudo pedido pelo Executivo a António Costa Silva.

“Um plano numa economia de mercado é sempre uma coisa muito contingente. De qualquer maneira, há que haver alguma perspetiva. Agora, isso não pode ser obra de um só homem, nem de um só Governo. Tem que envolver uma ampla participação pública”, afirmou o sucessor de Correia de Campos, esta segunda-feira na sessão de perguntas e respostas da conferência online “Resposta Europeia à crise: conclusões do Conselho Europeu”, promovida pelo International Affair Network e da qual o “Jornal Económico” é media partner.

O Programa de Recuperação Económica 2020-2030 está previsto ser apresentado esta terça-feira, no CCB, em Lisboa, depois da versão preliminar ter sido entregue em Conselho de Ministros há duas semanas.

Para Francisco Assis é necessário envolver no debate “todos os partidos políticos”, assim os “setores económicos e dos setores sociais”.

“Se não houver aqui uma interiorizarão geral da necessidade de avançarmos com algumas opções de fundo, não conseguiremos garantir o sucesso de qualquer tipo de plano”, disse. “O desafio que está hoje lançado ao país é precisamente o de aproveitarmos esta circunstância, que é uma circunstância altamente negativa, da pandemia, das suas consequências económicas, aproveitarmos articulada com este envio de apoios europeus para repensarmos o nosso modelo de organização da nossa economia e da nossa administração pública e da componente económica e social, em que julgo que é, apesar de tudo, possível gerar alguns consensos fundamentais”, acrescentou.

O presidente do CES, que tomou posse na quinta-feira passada, realçou ainda que vê “às vezes o debate político e parlamentar excessivamente polarizado, em alguns momentos, agora menos, felizmente”, mas que não vê “a sociedade portuguesa tão polarizada como outras sociedades europeias a ponto de não ser possível pensar que há alguns entendimentos de fundo que sejam possíveis alcançáveis e acho que nos devemos empenhar todos nisso”.

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