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François Fillon enfrenta novo escândalo por não ter declarado empréstimo de 50 mil euros

O antigo primeiro-ministro francês nunca terá entregue aos orgãos competentes uma única declaração completa dos seus rendimentos, o que por lei é imposto a todos aqueles que ocupam cargos públicos.
  • Charles Platiau/REUTERS
8 Março 2017, 11h22

O candidato de direita às presidenciais francesas, François Fillon, está envolvido em mais um escândalo. Depois do caso ‘Penelopegate’, que envolve a mulher e o uso indevido de dinheiros públicos, o candidato ao Eliseu é suspeita de ter beneficiado de um empréstimo no valor de 50 mil euros do empresário multimilionário Marc Ladreit de Lacharriére, que não terá apresentado devidamente nas suas declarações de rendimentos.

A notícia foi avançada pelo semanário francês ‘Le Canard Enchainé’, que havia também divulgado a polémica dos “empregos fictícios” de Penelope Fillon, mulher do candidato. O jornal escreve que François Fillon “não achou necessário” declarar ao orgão estatal de escrutínio das declarações dos deputados o empréstimo em 2013 do multimilionário Marc Ladreit de Lacharriére, que terá mais tarde dado emprego à mulher prestigiada revista literária ‘La Revue des Deux Mondes’ que detém.

O advogado de François Fillon garante que o empréstimo, sem juros acrescidos, foi devolvido na sua totalidade ao dono da holding Fimalac. Também a empresa de Marc Ladreit de Lacharriére confirma ao semanário que o “empréstimo existiu e foi pago”, sendo por isso “um não assunto”.

As autoridades já tinham o candidato debaixo de olho, dado que o antigo primeiro-ministro francês nunca terá entregue aos orgãos competentes uma única declaração completa dos seus rendimentos, o que por lei é imposto a todos aqueles que ocupam cargos públicos.

No próximo dia 15 de março, François Fillon será formalmente constituído arguido no caso ‘Penelopegate’. O candidato de direita está acusado de ter criado “empregos fictícios” para a mulher enquanto sua assistente parlamentar entre 1998 e 2012, tendo esta recebido 500 mil euros brutos durante esses oito anos sem nunca ter exercido realmente as funções para as quais estava indicada.

Depois de várias tensões e deserções de nomes fortes no partido, Os Republicanos decidiram renovar o apoio a François Fillon e trabalhar juntos para a sua subida ao Palácio do Eliseu. A primeira volta das eleições presidenciais tem data marcada para dia 23 de abril.

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