[weglot_switcher]

Fuga de impostos? Brexit pode custar até 19 mil milhões pagos pelos bancos estrangeiros

Apesar de o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia só poder ser calculado depois do acordo com a União Europeia, especialistas o potencial impacto do divórcio no Tesouro britânico não deve ser subestimado.
26 Outubro 2017, 11h09

Os bancos estrangeiros contribuíram com 17 mil milhões de libras (cerca de 19 mil milhões de euros) para as finanças públicas do Reino Unido, no último ano fiscal, de acordo com os números divulgados pelo Financial Times esta quinta-feira.

As contas, feitas pela consultora PwC, mostram que o setor bancário, no qual se incluem os credores britânicos, contribuiu com 35 mil milhões de libras (cerca de 39 mil milhões de euros) para as finanças do Reino Unido nos 12 meses que terminaram em março.

O valor representa um ligeiro aumento face às 34 mil milhões de libras no ano anterior, mas é também uma fonte de preocupação sobre a transferência de funcionários e operações para outros países europeus.

Numa entrevista ao jornal britânico, Andrew Packman, responsável de transparência fiscal na PwC, disse que “claramente, se houver um [mau] acordo com a comissão (Europeia], pode esperar-se que isso afete o volume de atividade que os bancos estrangeiros têm em Londres e o imposto que pagam no Reino Unido”.

Para Andrew Packman, é muito difícil sentenciar como é que o Brexit vai afetar a futura receita dos impostos do país. “Isso dependerá da existência de um acordo com a União Europeia e da qualidade desse acordo”, explicou o advisor, acrescentando que “o que podemos dizer com certeza é que os bancos atualmente pagam uma grande quantidade de impostos”.

Os números divulgados hoje incluem o imposto sobre as empresas, o imposto sobre o valor acrescentado e as contribuições dos seguros nacionais pagos pelos bancos, bem como o imposto de selo, o imposto sobre o rendimento e o IVA pagos pelos empregados.

“Parece inevitável que o movimento de operações e de funcionários no exterior possa dar origem a uma queda das receitas tributárias, não só devido aos empregados em movimento, mas também com as atividades que se mudam para fora, refletem um verdadeiro desvio de lucros para lá do Reino Unido”, concretizou à mesma publicação Arun Birla, partner da Fiscal da Paul Hastings, lembrando que o potencial impacto no tesouro não deve ser subestimado.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.