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Colaboradora dos serviços secretos detida por passar informações confidenciais à imprensa

Reality Winner terá tido acesso a informação classificada da NSA e divulgado o relatório, que foi publicado na íntegra num jornal de investigação ‘online’ contendo pormenores sobre as alegadas interferências russas nas presidenciais norte-americanas.
  • REUTERS/Kacper Pempel
6 Junho 2017, 11h48

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deteve uma funcionária que colaborava com os escritórios da agência de espionagem norte-americana NSA por ter revelado informações confidenciais relativas às investigações ao caso da interferência de hackers russos nas presidenciais, que deram vitória ao republicano Donald Trump. Reality Leigh Winner, de 25 anos, está acusada de um crime contra a segurança nacional e pode enfrentar uma pena de prisão que pode ir até dez anos.

Segundo avança a agência ‘Reuters’, Reality Winner terá tido acesso a informação classificada, obtida pela NSA através de uma fonte anónima, sobre a intervenção da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 8 de novembro. O documento de cinco páginas foi entretanto publicado na íntegra numa publicação online de jornalismo de investigação, com o nome de ‘The Intercept’, contendo pormenores confidenciais sobre o ataque informático.

Poucas horas depois da publicação, as autoridades norte-americanas detiveram Reality Winner, suspeita de ter sido a responsável pela fuga de informações à imprensa. “Distribuir material classificado sem autorização ameaça a segurança da nossa nação e mina a confiança pública no Governo”, explica o procurador-geral adjunto Rod Rosenstein.

O documento, o mais detalhado até à data sobre a investigação em causa, dá conta de que os serviços secretos russos tentaram hackear um fornecedor de software de máquinas de voto eletrónico e tentaram obter informações, através de phishing aos emails de mais de 100 responsáveis locais envolvidos na realização das eleições.

Reality Winner era funcionária da consultora Pluribus International Corporation e trabalhava desde fevereiro na NSA. Nos últimos anos, as agências de inteligência norte-americanas, incluindo a NSA e a CIA, foram vítimas de vários roubos de material classificado, muitas vezes pela mão de pessoal contratado pelas empresas.

 

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