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Funcionário da Google defende que mulheres não foram feitas para trabalhar em empresas de tecnologia

O autor do manifesto, posto a circular dentro do campus da Google, defende que as mulheres gerem os problemas com mais com os sentimentos do que com as ideias e estão mais interessadas numa boa relação com outras pessoas do que as ideias que estas defendem e, por isso, não servem para o cargo.
7 Agosto 2017, 10h28

A multinacional norte-americana Google está a ser abalada por um novo escândalo, desta vez envolvendo a igualdade de género. Um funcionário da gigante de tecnologia terá escrito um manifesto a criticar as ações da empresa em relação à mulheres e diz que a escassez de representantes femininas em Silicon Valley, onde se situam as principais empresas de tecnologia do mundo, se deve ao facto de estas serem biologicamente diferentes dos homens.

O manifesto de dez páginas foi posto a circular dentro do campus da Google, nos Estados Unidos, e agora divulgado na íntegra pelo site Gizmodo. O documento anónimo, que se suspeita de que tenha sido escrito por um engenheiro de software da Google, defende que as mulheres estão menos vocacionadas para a liderança e que “a distribuição das preferências e competências de homens e mulheres são diferentes em parte por razões biológicas e essas diferenças podem explicar porque não vemos uma representação igualitária de mulheres nas tecnologias”.

O autor do manifesto defende que as mulheres gerem os problemas com mais com os sentimentos do que com as ideias e estão mais interessadas numa boa relação com outras pessoas do que as ideias que estas defendem. “Perguntamo-nos muitas vezes porque é que não vemos mulheres na liderança, mas nunca perguntamos por que vemos tantos homens nesses lugares”, pode ler-se no manifesto.

“Infelizmente, há mais pessoas que, assim como esse engenheiro, pensam que as mulheres são menos qualificadas que os homens”, afirma um dos funcionários da Google ao jornal britânico ‘Financial Times’.

O documento recebeu a condenação de vários funcionários da empresa que têm lutado pela inclusão das mulheres no setor e em altos cargos de chefia. Após o sucedido, Danielle Brown, vice-presidente da Google para Diversidade e Inclusão, fez questão de enviar uma carta aos funcionários da Google, dizendo que o manifesto posto em circulação faz uma série de “suposições equivocadas sobre género” e não diz respeito ao “ponto de vista que a empresa aprove ou incentive”.

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