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Fundação La Caixa apoia projetos de investigação biomédica portugueses

Cada projeto, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, vai receber até 100 mil euros, verba destinada à “execução dos planos de valorização e comercialização”.
  • Cristina Bernardo
8 Setembro 2018, 09h18

Dois projetos de investigação biomédica portugueses, que incluem soluções para infeções ósseas crónicas e infeções bacterianas derivadas do uso de cateteres, vão ser apoiados até 100 mil euros pela fundação bancária espanhola La Caixa, que promove o incentivo.

Os dois projetos, desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, no Porto, foram selecionados ao abrigo do programa CaixaImpulse, anunciou este sábado a fundação, em comunicado. Cada projeto vai receber até 100 mil euros, verba destinada à “execução dos planos de valorização e comercialização”.

Um dos projetos é o “HECOLCAP”, uma “solução eficiente” para tratar infeções ósseas crónicas que facilita, através de uma só cirurgia, a “libertação local do antibiótico em concentrações adequadas, de uma forma que é capaz de destruir as bactérias em três semanas e erradicar a infeção”, refere o comunicado da fundação.

O material usado no dispositivo “simula a estrutura do osso” e “promove a regeneração óssea no local da lesão”, acrescenta a nota, sem especificar o material.

A Fundação La Caixa assinala que as infeções ósseas crónicas “afetam cerca de quatro milhões de pessoas por ano em todo o mundo e estão associadas à úlcera do pé diabético, implantação de próteses e fraturas expostas”.

A atual terapêutica baseia-se em pelo menos duas cirurgias, tratamento com antibióticos e internamento no hospital “durante grandes períodos”, havendo o risco elevado de “infeção descontrolada” que pode levar a amputações ou a uma septicemia (infeção generalizada no corpo).

O segundo projeto de investigação português selecionado, o “AntiBioCoat”, é descrito como “um revestimento repelente muito eficiente contra um amplo espetro de bactérias, especificamente desenhado para reduzir as infeções” relacionadas com o uso de cateter (tubo ou sonda para drenar ou injetar líquidos no organismo).

O revestimento baseia-se num “polímero natural derivado de uma microalga” e, segundo os seus criadores, é uma alternativa ao uso de antibióticos convencionais, aos quais as bactérias têm ganhado resistência.

Lançado em 2015, o programa CaixaImpulse visa facilitar a entrada de projetos científicos no mercado.

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