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Fundações Oceano Azul e Gulbenkian lançam incubadora de ‘startups’ de biotecnologia marinha

Programa entre as duas fundações arranca com um valor de financiamento de um milhão de euros e as candidaturas podem ser enviadas a partir de junho.
4 Abril 2018, 15h25

As Fundações Calouste Gulbenkian e Oceano Azul, da sociedade Francisco Manuel dos Santos, juntaram-se para lançar a Blue Bio Value, uma incubadora de ‘startups’ ligadas à economia do mar, em particular no sector da biotecnologia.

A Blue Bio Value vai começar receber candidaturas a partir de junho e os projetos aprovados poderão arrancar a operação a partir de setembro ou outubro próximos.

Este programa acelerador de projetos para a biotecnologia do mar lançado em conjunto pelas duas fundações vai arrancar com um ‘plafond’ de financiamento de um milhão de euros, assegurado em partes iguais pelas duas fundações.

No entanto, este valor poderá vir a ser incrementado ao longo dos três anos previstos de arranque da operação.

Na sessão solene de assinatura do protocolo, que decorreu hoje no Oceanário de Lisboa, um dos ativos da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, CEO da referida fundação, sublinhou que “esta é a primeira incubadora para este sector em Portugal”.

“Penso que nos próximos tempos, vamos começar a habituar-nos a que haja cada vez mais lançamentos de incubadoras de biotecnologias, de bioeconomia do mar, tal como tem sucedido no sector da TIC [telecomunicações, informação e comunicações]”, defende o presidente executivo da Fundação Oceano Azul.

Tiago Pitta e Cunha explicou os exemplos concretos de áreas de atividade em que podem encaixar os projetos e as ‘startups’ a apoiar pela Blue Bio Value: sector alimentar, segurança alimentar, saúde, bem-estar, cosmética, envelhecimento, biomateriais (incluindo os plásticos), bioremediação (combate a derrames petrolíferos e outras fontes de poluição), biocombustíveis (algas), entre outros.

“A bioeconomia do mar vai continuar a crescer, não só devido à pressão da exploração submarina, mas também devido à crescente escassez de recursos terrestres. Mas temos de ter a preocupação de garantir a sustentabilidade dos recursos. Bioeconomia é crescimento inteligente, utilizando muito menos os recursos naturais”, defendeu o CEO da Fundação Oceano Azul.

A Blue Bio Value não vai ter uma constituição jurídica nem funcionar numa sede específica, garantiu Pedro Norton, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian.

“O protocolo é mais vasto que este programa concreto e prevê que possam daqui surgir mais iniciativas conjuntas, que ainda não posso divulgar”, sublinhou este responsável.

Quanto ao valor de financiamento proporcionado pela Blue Bio Value, Pedro Norton esclareceu que “um milhão de euros foi a verba que considerámos adequado, mas a qualquer momento poderemos rever esse valor; será certamente um bom problema”.

As candidaturas para os projetos e ‘startups’ que pretendam ser apoiadas pela Blue Bio Value poderão ser enviadas a partir de junho próximo, mas o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian garante que o processo de avaliação será rápido, estando “previsto poder arrancar com os primeiros projetos em setembro ou outubro”.

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos detém o Grupo Jerónimo Martins.

 

 

 

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