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Fundos de investimento mobiliário geriram em 2021 mais 35,9% face a 2020 para 19,5 mil milhões

No ano passado, no plano nacional o índice PSI-20 subiu 18,1% seguindo a tendência de valorização registada a nível internacional, ano em que o índice MSCI World valorizou 22,4%. No mercado de dívida assistiu-se a um aumento das yields soberanas.
4 Julho 2022, 11h25

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários publicou hoje o “Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários” relativo a 2021, que analisa a evolução dos principais mercados e instrumentos financeiros.

Os dados traçam o panorama dos mercados financeiros antes da crise despoletada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

No que se refere à gestão de ativos, o valor sob gestão no mercado nacional recuou 7,8% face a 2020 para 68,6 mil milhões de euros, devido ao decréscimo de 23% na gestão individual de carteiras em resultado da perda de mandatos de gestão outrora conferidos por investidores profissionais às entidades gestoras, revela a CMVM.

Por seu lado, os fundos de investimento mobiliário continuaram a ganhar relevância em 2021, com o montante sob gestão a aumentar 35,9% face a 2020 para 19,5 mil milhões de euros, o que representa o valor sob gestão mais elevado desde 2008. Ainda assim, os fundos mobiliários nacionais perderam quota de mercado relativamente aos organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (fundos) estrangeiros.

O valor sob gestão de fundos de investimento imobiliário aumentou 2,3% em 2021, totalizando 11,1 mil milhões de euros, revela a CMVM.

No final do ano existiam 198 fundos (menos três do que em 2020) e 37 entidades gestoras em atividade (mais quatro do que em 2020). O número de participantes nos fundos de investimento imobiliário aumentou 8,8% face ao ano anterior, com a maioria dos participantes (98,9%) a deter uma participação não superior a 0,5% da carteira do fundo em que investem.

No ano passado, no plano nacional o índice PSI-20 subiu 18,1% seguindo a tendência de valorização registada a nível internacional, ano em que o índice MSCI World valorizou 22,4%.

Os lucros das empresas que integram o principal índice da bolsa portuguesa subiram 49,9% face a 2020, impulsionados pelo aumento das margens de lucro e das receitas, embora a rentabilidade dos capitais próprios tenha permanecido abaixo do período pré-pandemia (2019), revela a CMVM.

O mercado regulamentado Euronext Lisbon registou um crescimento dos montantes transacionados, justificado pelo aumento de 1,3% do segmento acionista, contra uma quebra significativa nos valores transacionados sobre obrigações, índices cotados (ETF) e unidades de participação, que caíram respetivamente -21,0%, -84,3% e -71,8%, segundo os dados da entidade reguladora.

No mercado de dívida assistiu-se a um aumento das yields soberanas, uma trajetória justificada fundamentalmente pela subida das taxas de juro isentas de risco.

Os valores transacionados de dívida pública emitida pela República Portuguesa na plataforma MTS Portugal cresceram 69,5% face ao período homólogo, o que corresponde a um aumento de 40,1% nas obrigações do Tesouro e de 110,2% nos bilhetes do Tesouro.

A retoma da atividade económica global – materializada num crescimento económico real do PIB de 6,1%, a melhoria dos resultados das empresas cotadas e a política monetária acomodatícia por parte dos bancos centrais marcaram o ano de 2021 e sustentaram a valorização observada nos mercados acionistas e a redução da volatilidade na primeira metade do ano. Mas no último trimestre de 2021, o nível de incerteza voltou a aumentar, em parte devido à subida dos preços das matérias-primas e da energia nos mercados internacionais. O crescimento das expetativas inflacionistas contribuiu para o aumento das taxas de juro de longo prazo nas principais economias.

 

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