Fusões e aquisições movimentam 3,3 mil milhões em Portugal até abril

O mercado transacional português contabilizou, nos primeiros quatro meses de 2023, 152 transações e movimentou 3,3 mil milhões de euros, sendo que menos de metade dos negócios (41%) teve os seus valores revelados ao mercado, de acordo com o relatório mais recente elaborado pela plataforma tecnológico-financeira Transactional Track Record (TTR Data).

O número de transações registou assim uma diminuição de 7%, em comparação com o mesmo período de 2022, embora tivesse havido um aumento homólogo de 37% na quantidade de capital mobilizado em operações de M&A (Mergers & Acquisitions) no país, entre anunciadas e concluídas.

O negócio destacado pela TTR no mês passado foi a compra de uma posição maioritária (60%) do Hospital de Loulé pelo FCR C2 MedCapital, fundo gerido pela C2 Capital Partners. O valor da aquisição do grupo hospital do Algarve não foi revelado ao mercado, mas sabe-se que operação contou com a assessoria jurídica das sociedades de advogados CMS e Telles.

Todavia, o ranking de escritórios em 2023 é neste momento liderado pela Morais Leitão (número) e PLMJ (valor), com onze deals e 853,25 milhões de euros, respetivamente. Na tabela dos assessores financeiros, encabeça a CBRE Portugal (número) e o trio composto pelo Banco Itaú BBA, BTG Pactual e Morgan Stanley (valor), com duas operações e mil milhões de euros, pela mesma ordem.

Em termos de geografias, Espanha e França foram os países que mais investiram em Portugal no início ano, contabilizando 18 e nove operações, respetivamente. Já os portugueses escolheram também Espanha (oito) e Brasil (seis). Por outro lado, as empresas norte-americanas contraíram em mais de um terço (36%) as suas aquisições no mercado português.

Em relação às indústrias, o sector do imobiliário foi o mais ativo entre janeiro e abril, com 25 transações, tendo os serviços de suporte aos negócios ficado na segunda posição, com 23 operações de M&A.

Nestes quatro meses deste ano, registaram-se onze transações de private equity, representando um acréscimo de 10% no número de operações em comparação ao mesmo período de 2022. “Em venture capital [capital de risco] foram realizadas 47 rondas de investimento e um total de 174 milhões de euros, representando um crescimento de 62% no número de transações. No segmento de asset acquisitions [compra de ativos], foram registadas 36 transações com um valor de 334 milhões, representando uma queda de 23% no número de operações”, lê-se ainda no relatório.