O novo Governo grego tem baixado a fasquia, mas ainda não conseguiu um acordo viável para a gestão da sua enorme dívida pública. A decisão final sobre os anseios do novo governo Grego será anunciada pelo Eurogrupo.
Para já, sabe-se que o Ministério das Finanças alemão rejeitou ontem a proposta grega de extensão do financiamento dos seus parceiros europeus considerando que a mesma não representa “uma solução substancial” e “não cumpre os critérios estabelecidos” pela zona euro. E o presidente do Instituto de Investigação Económica alemão (IFO), Hans-Werner Sinn, considera que a Grécia deve sair da zona euro e aplicar o controlo da circulação de capitais para evitar fugas de depósitos.
No entanto, a Comissão Europeia considera que o pedido de extensão da ajuda financeira enviado pela Grécia é uma base para um compromisso em sede do Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) reitera que apoia um acordo que permita à Grécia manter “um quadro forte e credível” e lhe garanta acesso ao financiamento “necessário”, ao comentar as conversações entre Atenas e os seus parceiros europeus.
A verdade é que os mercados cambiais estão nervosos com tanta incerteza e ontem a moeda única europeia seguia a desvalorizar face ao dólar, abaixo dos 1,14 dólares, depois de Berlim ter rejeitado a proposta grega do financiamento dos seus parceiros europeus. Cerca das 18h05, o euro valia 1,1379 dólares, depois de ter negociado nos 1,1446 dólares durante a sessão de ontem.
De acordo com os analistas, a moeda única desvalorizou na sequência da posição da Alemanha, que rejeitou a proposta da Grécia de extensão do financiamento dos seus parceiros europeus, considerando que a mesma não representa “uma solução substancial” e “não cumpre os critérios estabelecidos” pela zona euro. “A probabilidade da Grécia abandonar a zona euro é de 50%”, disse à agência de notícias Efe Stephan Rieke, especialista em divisas do banco BHF.
O governo grego já fez saber que aceita que a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI continuem a supervisionar a Grécia enquanto o país receber assistência financeira e compromete-se a não tomar ações unilaterais. Este compromisso surge na carta que o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, enviou ao presidente do Eurogrupo solicitando a extensão da ajuda financeira. Na carta, citada pela agência de notícias espanhola EFE, e sem usar a palavra Troika, Varoufakis admite que durante os seis meses de prolongamento a Grécia aceita “a supervisão” da União Europeia e do BCE, tal como, e com “o mesmo espírito”, do FMI.
Carlos Caldeira