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Futuro das Smart Cities debatido em Lisboa. Governo prepara estratégia para o sector

André de Aragão Azevedo, secretário de Estado da Transição Digital, revelou esta quinta-feira, 18 de novembro, que o Governo está a trabalhar numa estratégia para as Smart Cities. Estamos na fase do diagnóstico, que envolve os municípios. Para março de 2022 está prevista a consulta pública do documento.
18 Novembro 2021, 21h01

As smart cities são um instrumento fulcral para a concretização do duplo objetivo verde e digital e o Governo português está a trabalhar numa estratégia que consubstancie uma visão nacional para o sector. “Estamos, neste momento, na fase de diagnóstico”, revelou André de Aragão Azevedo, secretário de Estado da Transição Digital, esta quinta-feira, 18 de novembro, na cimeira Portugal Smart Cities Summit, organizada pela Fundação AIP e de que O Jornal Económico é media partner.

“Procuramos fazer um diagnóstico da situação atual, não apenas no Governo central, mas feito com os atores principais que são as nossas autarquias”, acrescentou. Neste sentido, foi lançado um inquérito que permitiu auscultar as autarquias e recolher informação: mais de 135 municípios responderam favoravelmente à chamada, o que representa uma taxa de resposta de 43%, o que tem significado estatístico.

Cerca de metade dos municípios portugueses inquiridos declararam já ter implementado ou estar em fase de implementação de iniciativas de smart cities e 33% estão neste momento a sua estratégia e o seu plano de ação. “Há pelo menos ainda metade do ecossistema que precisa de ter um salto significativo”, salientou o secretário de Estado.

Com base neste diagnóstico e numa base colaborativa, o Governo vai avançar no desenvolvimento da estratégia, que envolve não só a área da transição digital e da economia. Trata-se de um projecto transversal do Governo, que envolve a área das autarquias locais, a mobilidade e modernização administrativa.

“Existem projectos  e autarquias que assumiram esta prioridade há vários anos e que estão a trabalhar com projectos com um nível de maturidade, mas também há muitas outras que não tiveram essa disponibilidade ou capacidade ou essa prioridade política”, considerou  André de Aragão Azevedo. “O que nos propomos é ajudar, de alguma forma, neste processo de homogeneização, assegurando um padrão comum e um benchmarking mínimo que garanta que nenhum concelho de Portugal fica para trás”.

Segundo o governante, o mapeamento do ecossistema permitiu identificar mais de 440 stakeholders no processo com um papel muito ativo e cerca de 300 projectos, a que será dada prioridade nesta fase de seleção de projectos bandeira  que vão ser a montra de boas práticas do que se pretende replicar à escala nacional.

O secretário de Estado da Transição Digital adiantou ainda que a estratégia a lançar pelo Governo será acompanhada de um plano de ação que cubra os principais temas que envolvem toda temática, desde as competências digitais até aos meios necessários, passando pela articulação entre as  autarquias e as empresas, que serão enablers e parceiras desta soluções, numa ótica de ganhar escala. Sem esquecer, uma lógica de exposição internacional, que permita aumentar a visibilidade dos projectos.

“Estamos à procura de promover projetos piloto que estão no terreno ou já em produção, para que, replicando essas boas práticas, consigamos promover e criar esta base que achamos pode ser uma teia de projectos que sirva de base ao país e a esta estrutura mais inteligente”, salientou André de Aragão Azevedo.

A dinâmica em torno da definição da estratégia nacional para as smart cities envolve além da agência Portugal Digital, outros atores entre os quais a Direção-Geral das Autarquias Locais, a Direcção Geral do Território, o Cluster de Smart Cities de Portugal e a Associação de Municípios Portugueses.

E seguir? “Queremos agora recolher contributos adicionais, identificar barreiras ou desafios à criação deste conceito de smart cities e recolher insights e conhecimento corporativo e tendências que possam ser vertidas no documento para que fique mais rico”.

André de Aragão Azevedo diz que o Governo tem a intenção de reservar uma gaveta específica para projetos na área das smart cities no próximo quadro comunitário PT 2030, que até ao  final de novembro está em consulta pública e deixa um apelo às empresas para que contribuam com as suas ideias.

A Portugal Smart Cities Summit termina esta quinta, 18 de novembro, tendo envolvido 12 sessões de debates e a participação de 72 diferentes oradores. Organizada pela Fundação AIP, teve sessões transmitidas através da plataforma JE TV, através do site (www.jornaleconomico.pt) e das redes sociais do Jornal Económico.

A iniciativa assume-se como o marketplace físico de criação de oportunidades de negócios entre empresas, universidades, associações, startups e municípios”, com um objetivo comum de “debater o futuro das smart cities e melhorar a vida dos cidadãos”. A Fundação AIP destaca o “grande enfoque na transferência de conhecimento e dinâmica de Inovação no relacionamento entre o mundo académico e científico com as empresas e a sociedade em geral”.

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