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G7 vai “mobilizar” 600 mil milhões de dólares para programa mundial de Infraestruturas até 2027

Plano de construção de Infraestruturas lançado este domingo pelos líderes do G7 foi impulsionado pelos Estados Unidos e visa contrariar o avanço da China.
26 Junho 2022, 15h24

O G7 vai “mobilizar” 600 mil milhões de dólares para um grande programa mundial de infraestruturas até 2027, anunciou este domingo a administração do presidente norte-americano, Joe Biden.

O plano de investimento em infraestrutura lançado este domingo pelos líderes do G7 foi impulsionado pelos Estados Unidos e visa contrariar o avanço da China.

Segundo a Casa Branca, a iniciativa – que foi baptizada de “Parceria para a Infraestrutura Global” (Partnership for Global Infrastructure) e o investimento – pretende impulsionar o desenvolvimento em países de rendimentos baixos e médios, fortalecer a economia global e a cadeia de abastecimentos.

“Com os nossos parceiros do G7, queremos mobilizar 600 mil milhões de dólares até 2027 para investimentos mundiais em infraestruturas” de qualidade e sustentáveis, indicou a Casa Branca pouco antes de um discurso Biden sobre o mesmo tema.

O projeto foi anunciado durante a Cimeira que reuniu em Elmau (Alemanha) representantes dos sete países mais industrializados do mundo (EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Japão).

O chanceler alemão, Olaf Scholz – que apresentou o projeto ao lado de Joe Biden – disse que o G7 “assumiu a ambição de fazer ao mundo uma melhor oferta em matéria de investimento em Infraestruturas”. Os EUA prometem, pela sua parte, “mobilizar” cerca de “200 mil milhões de dólares” nos cinco anos do programa.

Mas o verbo “mobilizar” encerra algumas subtilezas. Para começar, não significa que os EUA vão disponibilizar 200 mil milhões de dólares em efetivo. Washington chega a esta soma combinando empréstimos, financiamento público – que em parte até já existem – e financiamento privado encorajado pelo executivo de Joe Biden.

O Ocidente pretende, assim, servir de contraponto à China, que tem vindo a proceder a enormes investimentos em numerosos países em desenvolvimento, construindo infraestrutura ao abrigo do programa “Novas Rotas da Seda”, assegurando assim acesso a certas matérias primas.

Nesta matéria, são várias as acusações contra Pequim. Em primeiro lugar, que estes projetos têm como contrapartida empréstimos pouco vantajosos, senão mesmo perigosos, que agravariam os problemas de dívida destes países já de si gravemente vulneráveis devido à dívida.

Um alto responsável da Casa Branca ouvido este domingo pela France Presse considerou que a ofensiva chinesa “existe desde há anos e traduz-se em numerosos investimentos e pagamentos em efetivo”. “Muitos dos países que receberam fundos ou investimentos do programa BRI (sigla da Belt and Road Initiative chinesa), mas depois percebem – anos mais tarde – que estão mais endividados , que o seu PIB não progrediu de forma significativa, que os ditos investimentos não chegaram às suas populações”, salientou a mesma fonte.

“A África sub-sahariana será claramente uma prioridade maior” da parceria lançada pelo G7, disse ainda o mesmo responsável do executivo norte-americano, mas assegurando que a América Central, o Sudeste asiático ou a Ásia Central são igualmente “extremamente importantes”.

Notícia em atualização

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