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“Galamba? Ministro deveria ter retirado consequências políticas”, diz especialista

Em entrevista ao JE, o politólogo João Palmeira defendeu que o ministro “pode estar cheio de razão, mas aquilo que aconteceu é demasiado grave para não tirar consequências políticas porque o Estado não pode ser vitima deste tipo de situações e depois não haver consequência nenhuma”.
  • Cristina Bernardo
19 Maio 2023, 12h31

O ex adjunto Frederico Pinheiro e o ministro João Galamba foram ouvidos no parlamento e apresentaram versões contraditórias sobre o que se passou no ministério das Infraestruturas a 26 de abril, após a exoneração de Frederico Pinheiro. Na perspectiva do politólogo José Palmeira, ouvido pelo JE, independentemente de quem tem razão, devem ser retiradas consequências políticas.

“Um ministro é sempre responsável por aquilo que se passa no seu gabinete ainda que não seja um responsável direto. Não foi João Galamba que esteve envolvido nos incidentes, não foi Galamba responsável pelo envolvimento do SIS. Seja como for, o ministro deveria ter retirado consequências políticas”, considerou o especialista em entrevista ao JE.

O especialista defendeu que o ministro “pode estar cheio de razão, mas aquilo que aconteceu é demasiado grave para não tirar consequências políticas porque o Estado não pode ser vitima deste tipo de situações e depois não haver consequência nenhuma”.

Responsabilidades políticas à parte, José Palmeira apontou que “fundamentalmente aquilo que resulta da sua intervenção é que o ministro procurou rebater aquilo que o ex-adjunto demitido tinha dito no dia anterior”. “No fundo, Frederico Pinheiro disse que tinha sido vitima e João Galamba afirma que foi o staff do Ministério das Infraestruturas que foi vitima do adjunto”, sublinhou.

“Ao referir várias vezes aquilo que a sua chefe de gabinete tinha dito ontem, Galamba veio corroborar a versão de que teve toda a razão em tomar a atitude de o afastar e por outro lado veio justificar que aquilo que aconteceu foi da sua parte irrepreensível na medida em que estavam a defender os interesses do Estado na medida em que estava a ser roubado um computador”, destacou.

No entanto, para José Palmeira o mais grave não teve que ver com “o que aconteceu dentro do gabinete”, mas sim “com o ministro considerar normal que a ex CEO da TAP tinha reunido com deputados do partido socialista antes de ir à comissão de economia”. “Considerou isso uma banalidade”, frisou.

 

 

 

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