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Gana vai transferir estátua de Gandhi, acusado de ser racista

Mais de mil docentes assinaram a petição para que fossem removida a estátua do líder independentista indiano.
7 Outubro 2016, 11h43

Uma Universidade do Gana decidiu remover uma estátua do líder da independência indiana, depois de vários professores da instituição terem assinado uma petição que acusa Mahatma Gandhi de ter sido racista enquanto viveu em África.

Segundo o “The Guardian”, a petição, que recolheu mais de mil assinaturas, defende que “é melhor batermos o pé pela nossa dignidade do que prostrar-nos perante os desejos de uma superpotência euro-asiática em crescimento”. Os docentes citam passagens escritas por Gandhi que dizem que os indianos são “infinitamente superiores” aos africanos.

No documento, pode ler-se ainda que o pacifista, para além de ter tido atitudes discriminatórias para com o povo africano, durante os 21 anos que viveu na África do Sul, foi também responsável pela manutenção do sistema de castas na Índia, uma hierarquia social que define o estatuto social de cada cidadão.

Considerado um herói a nível mundial, Gandhi foi o grande responsável pela criação de um estado na Índia face ao Reino Unido através de protestos pacíficos, o que inspirou os países africanos na luta contra o Apartheid. Foi assassinado por um fanático hindu em 1948 devido à sua tolerância em relação a todas as religiões.

Como confirmam os primeiros escritos do líder indiano, os sul-africanos eram descritos por ele como “kaffirs”, que acusava de querem “arrastar” os indianos para o nível de “nativos semi-pagãos”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Gana lamenta a remoção da estátua, que vai ser entretanto transferida para outro local, e lembra que “como ser humano que era, Mahatma Gandhi pode ter tido as suas falhas, mas temos de nos lembrar que as pessoas evoluem”.

A estátua foi inaugurada em junho pelo presidente da Índia, Pranab Mukherjee, como símbolo da proximidade de laços entre os dois países.

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