A Gazprom disse esta segunda-feira que está vai parar outra turbina da Siemens no gasoduto Nord Stream 1 para a Alemanha e que os fluxos de gás vão cair para o equivalente a apenas um quinto da capacidade normal, segundo a “Reuters”.
Em causa, alega, estão instruções do órgão de vigilância que têm em consideração a condição técnica do motor.
Consequentemente, a produção, a partir das 5 horas da manhã (hora de Lisboa) de quarta-feira, vai cair para 33 milhões de metros cúbicos por dia, o que representa metade dos fluxos atuais, já com apenas 40% da capacidade normal.
O anúncio surge apenas quatro dias depois de a Rússia retomar as exportações de gás do Nord Stream 1 após, segundo informa a empresa, a conclusão da manutenção programada que iniciou a 11 de julho. Políticos europeus contestaram essa explicação, com a Alemanha a dizer que a turbina em questão — que foi até ao Canadá para ser reparada — não deveria ser usada até setembro.
A Gazprom disse na segunda-feira que recebeu documentos da Siemens Energy e do Canadá sobre a primeira turbina, mas acrescentou que ainda havia problemas.
“A Gazprom estudou… os documentos, mas tem que reconhecer que eles não removem os riscos identificados anteriormente e levantam questões adicionais”, afirmou em comunicado. “Ademais, ainda há questões em aberto da Gazprom sobre as sanções da UE e do Reino Unido, cuja resolução é importante para a entrega do motor à Rússia e a revisão urgente de outros motores de turbina a gás para a estação de compressão de Portovaya”.
O Ocidente tem vindo a acusar a Rússia, o maior exportador de gás do mundo e o segundo maior fornecedor de petróleo bruto, de usar a sua posição como ferramenta de coerção, nomeadamente para fazer aumentar os preços. Moscovo refutou as acusações, dizendo que tem sido um fornecedor confiável de energia.
Mas a empresa estatal russa exportou no primeiro semestre menos 31% de gás do que no mesmo período do ano passado para os países fora do espaço da pós-soviética Comunidade de Estados Independentes (CEI). Por essa razão, a Comissão Europeia preparou o seu plano de emergência para enfrentar o inverno, no qual propõe uma meta de redução do consumo de gás na UE de 15%. A proposta vai ser chumbada uma vez que já encontra oposição de Portugal, Espanha, e França.